MADRID, 18 nov. (EUROPA PRESS) -
A Defensoria do Povo da Colômbia anunciou na segunda-feira a morte de um menor de idade em bombardeios realizados na semana passada pelo exército colombiano contra grupos paramilitares em Arauca, perto da fronteira com a Venezuela, em meio à controvérsia provocada pela morte de crianças-soldados em operações lançadas pelo governo de Gustavo Petro.
"Recebemos a confirmação de que, no bombardeio realizado em Arauca na semana passada, pelo menos uma adolescente do sexo feminino, menor de idade, morreu", disse a representante da organização, Iris Martín Ortiz, em um vídeo publicado em sua conta na rede social X.
O ministro da Defesa, Pedro Sánchez, confirmou na sexta-feira passada um novo ataque nessa área contra as posições de Néstor Vera Fernández, vulgo 'Iván Mordisco', com o objetivo de matar Omar Pardo Galeano, apelidado de 'Antonio Medina', acusado de vários crimes.
A Defensora Pública também lamentou a morte de quatro outros menores em um bombardeio anterior, também realizado pelas tropas colombianas contra grupos armados no departamento de Norte de Santander. Ela disse que, como resultado do ataque em 1º de outubro na cidade de Puerto Santander, "quatro adolescentes morreram, uma mulher e três homens".
"Independentemente do fato de que eles estavam realizando tarefas de combate contínuo, os princípios de humanidade e necessidade militar questionam essas operações", declarou, antes de advertir que "é previsível que isso continue a acontecer se medidas adicionais não forem tomadas".
Por esse motivo, ele pediu ao Presidente Petro que "suspenda as operações de bombardeio contra alvos onde menores possam ser recrutados e avalie sua continuidade", um extremo para o qual ele "invocou os princípios de necessidade, precaução, humanidade e, acima de tudo, a prevalência dos direitos de meninas e meninos".
"A história de cada criança que morre nesses bombardeios é de partir o coração. Imploro que pensem em uma alternativa", acrescentou, embora tenha falado sobre os grupos paramilitares, exigindo a "libertação imediata e incondicional de todos os recrutas menores de idade" e a suspensão dessa prática.
Por sua vez, o presidente colombiano respondeu em X assegurando que "se os bombardeios forem suspensos, os chefes do tráfico recrutarão mais crianças, porque perceberão (que) isso os protegerá de maiores riscos militares".
Ele também aproveitou a oportunidade para se vangloriar de que, durante seu mandato, "o recrutamento de menores foi reduzido em 34%" e anunciou que denunciaria perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) "o maior recrutador de menores do país, Iván Mordisco", referindo-se, por seu pseudônimo, a Néstor Gregorio Vera Fernández, chefe dos dissidentes das FARC que operam no sudeste da Colômbia.
No dia anterior, o presidente pediu desculpas pela morte de sete crianças-soldados recrutadas por grupos armados em um ataque na semana passada em Guaviare, embora tenha defendido que "não se trata de um crime de guerra porque, se não fosse feito, 150 homens bem armados poderiam ter matado 20 soldados que estavam na linha de frente".
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