MADRID 12 nov. (EUROPA PRESS) -
O presidente do Equador, Daniel Noboa, reconheceu na quarta-feira que a prisão de Santa Elena, seu projeto penitenciário estrela, para onde enviou 300 detentos esta semana, não está cem por cento concluída e justificou que a transferência teve que ser acelerada porque "eles querem matar o maior número possível de pessoas".
"A prisão não está 100% concluída, mas está 35 ou 40% concluída. Em duas semanas estará 80%", admitiu ele em uma entrevista à Radio Sucre, na qual disse que a transferência era "urgente" porque "o 'sim' está ganhando" no referendo a ser realizado neste domingo e eles querem que o governo "fracasse".
Noboa respondeu aos críticos da oposição que questionaram a transferência de 300 prisioneiros considerados de alto risco para uma penitenciária que ainda não terminou sua construção, iniciada há dois anos em uma das áreas mais florestais e despovoadas da costa sudoeste do Equador.
O centro penitenciário em Santa Elena, que Noboa batizou de Cárcel del Encuentro, foi uma das duas prisões "estilo Bukele" que ele prometeu durante a convulsiva campanha eleitoral de 2023. Na segunda-feira, ele enviou para lá o ex-presidente Jorge Glas e vários líderes de grupos do crime organizado, como Los Choneros.
A oposição também criticou o caráter eleitoralista da medida, dias antes da realização de um referendo neste domingo, no qual Noboa pretende incluir mudanças na Constituição, como o retorno de bases militares estrangeiras ou a eliminação do financiamento estatal para partidos políticos.
No entanto, Noboa negou que tenha buscado um golpe de Estado, como a oposição o criticou, e insistiu que a medida foi motivada pelas próprias organizações criminosas "que estavam planejando assassinatos".
A prisão de Santa Elena tem capacidade para 700 pessoas, mas com a transferência de segunda-feira, há agora 420 prisioneiros dentro de seus muros. No entanto, Noboa anunciou planos para construir outra prisão maior perto dessas instalações, com capacidade para 15.000 pessoas.
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