MADRID 23 nov. (EUROPA PRESS) -
O Congresso organizou um colóquio entre Nevenka Fernandez, a primeira mulher a denunciar assédio sexual na esfera política, e um juiz especializado em violência de gênero na terça-feira, 25 de novembro, por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.
O caso de Nevenka Fernández veio à tona em 2001, quando, como conselheira "popular" do Tesouro em Ponferrada (León), ela denunciou por assédio sexual, laboral e psicológico o então prefeito dessa cidade de León, Ismael Álvarez, também do PP, com quem mantinha um relacionamento.
Apesar de sua denúncia, não houve nenhum movimento social a seu favor; pelo contrário, o prefeito foi o que recebeu mais apoio. No entanto, Nevenka Fernández conseguiu algo inesperado há mais de 20 anos: Ismael Álvarez foi condenado em 2002 a nove meses de prisão mais uma multa e a pagar 12.000 euros de indenização à vítima. Ele foi desqualificado para ocupar cargos públicos, mas em 2011 concorreu novamente às eleições municipais pelos Independientes Agrupados por Ponferrada e ganhou cinco conselheiros.
O caso teve grande relevância social porque ele se tornou o primeiro político na Espanha a ser condenado por assédio, o que levou a inúmeras reportagens e dois livros que narram o calvário de Nevenka, que acabou morando fora da Espanha.
LIVROS, DOCUMENTÁRIOS, SÉRIES E ATÉ UM FILME
O primeiro, de Juan José Millás, intitulado "Hay algo que no es cómo me dicen. El caso Nevenka Fernández contra la realidad', em 2013, e o segundo, escrito pela própria vítima, Nevenka Fernández, intitulado 'El poder de la verdad' e do mesmo ano.
Além dessas obras, também foi feito um filme sobre o caso intitulado "Soy Nevenka", dirigido por Icíar Bollaín; uma minissérie de televisão chamada "Nevenka"; e até mesmo um documentário, "Nevenka: Especial 8M", que conta a história da jovem que chocou a opinião pública espanhola.
E nesta terça-feira, Nevenka realizará uma palestra on-line sobre violência de gênero e sua evolução ao longo do tempo com a chefe do Tribunal de Violência de Gênero I de Getafe, Cira García, em um evento que ocorrerá no Salón de Pasos Perdidos da Câmara dos Deputados. A própria presidente do Congresso, a socialista Francina Armengol, também participará do evento para fazer um discurso.
LEMBRANDO TODAS AS VÍTIMAS
No final da cerimônia, as deputadas que desejarem poderão sair com uma vela acesa nos degraus da Puerta de los Leones do Congresso, onde serão lidos os nomes das vítimas assassinadas pela violência masculina até agora neste ano.
O Congresso demonstrou seu apoio às políticas contra a violência de gênero e, a cada sessão plenária, observou um minuto de silêncio, com os deputados de pé, em memória das mulheres assassinadas.
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