MADRID, 28 nov. (EUROPA PRESS) -
A ministra da Ciência, Inovação e Universidades, Diana Morant, exigiu que "todo o peso da Justiça" recaísse sobre o ex-ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, que ela descreveu como "uma pessoa desesperada" que "pensou que ficaria impune pelo resto de sua vida".
Ele me parece uma pessoa desesperada, que certamente acreditava que ficaria impune pelo resto de sua vida, que havia chegado a um lugar de poder, abusando da confiança de um partido que não tinha nada a ver com isso, e que agora se encontra diante dos tribunais", disse Ábalos na quinta-feira em uma entrevista no programa "La Noche en 24 Horas", do "Canal 24 Horas" da "TVE", relatada pela Europa Press.
Foi o que ele disse depois que o magistrado da Suprema Corte (SC) Leopoldo Puente concordou esta tarde em enviar o ex-ministro e seu ex-assessor, Koldo García, para a prisão provisória sem fiança para o julgamento a ser realizado contra eles por supostas irregularidades nos contratos de máscaras concedidos pela Transport durante a pandemia. Esta é a primeira vez que um deputado nacional em exercício terá que ir para a prisão.
Morant descreveu a entrada de Ábalos e Koldo na prisão como "uma imagem vergonhosa" e pediu que "todo o peso da justiça recaia sobre eles, caso tenham de fato se aproveitado da política": "Porque a política não é isso, eles se aproveitaram de cargos de confiança dentro de um partido que, com toda a força, repudia essas atitudes".
Nesse sentido, ela definiu os dois - juntamente com o empresário e suposto procurador do "caso Koldo", Víctor de Aldama - como "canalhas" e garantiu que "essas pessoas" não a fazem mais "abaixar a cabeça" nem a fazem "se sentir mal como política".
SOBRE ÁBALOS: "SUA PALAVRA NÃO VALE NADA PARA MIM".
Perguntada se o governo está "preocupado" com as "ameaças" do ex-ministro, ela respondeu que "não", afirmando que a palavra de Ábalos "não vale nada" para ela. "Mais do que ameaças, parece-me que é um tipo de estratégia desesperada, que Koldo também usou e que Aldama usou", disse ela.
"O que está claro é que há três pessoas, ou três canalhas, que se aproveitaram do partido e daqueles que, na época, depositaram sua confiança neles. Não lhes dou credibilidade alguma e, repito, a resposta do partido a essas atitudes condenáveis deve ser contundente, o que é diferente do que o Partido Popular está fazendo", reiterou.
Em referência a este último, e questionado se eles pediriam a renúncia do governo se fossem dois ex-secretários de organização do PP, o ministro respondeu que "se o Partido Popular estivesse envolvido", sim, alegando que isso foi "o que aconteceu". "Aqui o PSOE não está envolvido (...) No caso do 'Gürtel' pedimos a renúncia e fizemos uma moção de censura quando houve uma condenação do Partido Popular, o partido do governo", ressaltou.
No entanto, ele defendeu que o Executivo é um governo "limpo" e "honesto" que luta "contra essas práticas" e que as rejeita e condena. "Ainda não ouvi Feijóo condenar Zaplana, que foi presidente da Generalitat e que foi condenado a 10 anos de prisão (...) E também não o ouvi condenar outros tipos de corrupção moral e ética, como a de Carlos Mazón", criticou.
"COALIZÃO NEGACIONISTA" DE PP E VOX
Com relação à investidura de Juanfran Pérez Llorca, a líder dos socialistas valencianos garantiu que "nada mudará", lamentando que o líder da Vox, Santiago Abascal, seja agora "o presidente não eleito da Comunidade Valenciana", em referência às "políticas negacionistas muito preocupantes" às quais, em sua opinião, o novo presidente valenciano fez referência.
"Os mesmos políticos aplicando as mesmas políticas que nos condenaram nesta comunidade", disse Morant, que também lembrou que Pérez Llorca é o "número dois" de Carlos Mazón e que no dia da dana, 29 de outubro de 2024, "ele estava envolvido em ligações" e não fez "nada".
"Eles são um partido negligente", disse Morant, que também lembrou que 160 funcionários do PP estavam "aplaudindo Mazón" no primeiro aniversário da dana e "têm insultado continuamente as vítimas". "Nada vai mudar. E o pior de tudo é que se trata de uma coalizão negacionista", concluiu.
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