FREDERIC SIERAKOWSKI // EUROPEAN COUNCIL
BRUXELAS 12 dez. (EUROPA PRESS) -
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia discutirão garantias de segurança para a Ucrânia na segunda-feira, em meio às negociações de paz lideradas pelos Estados Unidos e enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski viaja a Berlim para se reunir com o chanceler alemão Friedrich Merz e outros líderes europeus.
Em Bruxelas, a ideia de que o processo de adesão da Ucrânia poderia ser incorporado ao acordo de paz está ganhando força, com 2027 como uma possível data de referência. Nesse contexto, os ministros das Relações Exteriores da UE analisarão os últimos movimentos diplomáticos, depois que Zelenski sinalizou sua disposição de considerar concessões territoriais no Donbas se um referendo for realizado, e avaliarão como a UE poderia acelerar a adesão da Ucrânia, oferecendo garantias de segurança que provavelmente não virão através da adesão à OTAN.
Na capital da UE, eles se referem aos compromissos de segurança que a UE assumiu em seu acordo bilateral com a Ucrânia em junho de 2024. "Declaramos lá que a ampliação da Ucrânia e o caminho da integração europeia fazem parte desses compromissos de segurança", disse uma autoridade sênior da UE, enquanto a chanceler alemã apontava para as próximas reuniões em Berlim para discutir exatamente essas questões.
No entanto, as fontes alertam que o processo de adesão é conduzido pelo mérito dos candidatos e não há "vias rápidas" para a UE. "Não vi nenhum documento que diga 1º de janeiro de 2027. O processo é o processo", dizem outras fontes diplomáticas com relação à opção de Kiev aderir nesse período como parte do acordo de paz alcançado para acabar com a guerra.
O acordo de garantias de segurança assinado com a Ucrânia inclui muitos elementos, desde a missão de treinamento europeia para recrutas ucranianos até programas de desminagem ou apoio à reforma de suas instituições de segurança, mas também inclui a perspectiva de adesão. Portanto, a reunião de segunda-feira será o momento de avaliar a posição da UE com relação às suas garantias de segurança.
Tudo isso em um momento em que a UE ainda está digerindo os ataques dos EUA em sua Estratégia de Segurança Nacional, na qual a UE foi acusada de fazer parte dos "problemas" do continente ao "minar a liberdade política e a soberania". Bruxelas admite que essa não é a primeira e não será a última água fria vinda de Washington, em um clima de crescente desconfiança em relação à Casa Branca.
Enquanto argumenta que o vínculo transatlântico continua sendo fundamental para a segurança da Europa e para a manutenção da ordem mundial baseada em regras, a UE insiste em manter o curso e continuar apoiando a Ucrânia e redobrando a pressão sobre a Rússia.
De fato, na segunda-feira, a UE entrará em uma semana importante para definir seu apoio a Kiev, com o debate sobre empréstimos de reparação usando ativos russos congelados na Europa no horizonte. Tudo indica que a reunião de cúpula dos líderes nos dias 18 e 19 deverá alcançar o consenso necessário para dar esse passo e manter a Ucrânia à tona pelos próximos dois anos, já que, independentemente do fim da guerra, as forças armadas ucranianas precisarão de cerca de 70 bilhões para continuar a deter a Rússia.
Como parte de sua estratégia para aumentar ainda mais a pressão sobre Moscou, a UE aprovará novas sanções contra a frota fantasma da Rússia, com mais de 40 novos navios, e contra o ecossistema da mídia que apoia a agressão do Kremlin contra a Ucrânia.
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