Publicado 08/11/2025 21:57

Milhares de pessoas saem às ruas em Lisboa contra as medidas trabalhistas propostas pelo governo

A principal central sindical de Portugal convoca uma greve geral para o dia 11 de dezembro

Archivo - 15 de maio de 2025, Porto, Portugal: Porto/(pt), 15/05/2025- política/ luis monteiro/eleições/legislativas-2025/psd/cds- luis montenegro candidato à assembleia legislativa de portugal, durante um comício realizado na campanha eleitoral na cidade
Europa Press/Contacto/Andre Ribeiro - Arquivo

MADRID, 9 nov. (EUROPA PRESS) -

Milhares de manifestantes protestaram nas ruas da capital de Portugal, Lisboa, contra o pacote de medidas trabalhistas que o Executivo do primeiro-ministro português, Luis Montenegro, quer aprovar, pelo que consideram um retrocesso nos direitos dos trabalhadores diante de mudanças que incluem, entre outras, um aumento dos setores cobertos por serviços mínimos em caso de greve ou a compra de dias de férias em troca de uma redução no salário.

"Esta é uma verdadeira demonstração de quem está trabalhando. Hoje, os trabalhadores enchem o centro de Lisboa. Nestas ruas e praças, nesta avenida, está a realidade do país, do mundo do trabalho. Aqui estão os homens e as mulheres que, todos os dias, fazem o país andar para a frente. E que grande demonstração de unidade, de luta", disse o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Tiago Oliveira, o maior sindicato do país.

Dois comícios - um de trabalhadores do setor público e outro de funcionários de empresas privadas - foram realizados no centro de Lisboa, ambos terminando na Praça Marquês de Pombal, sob o slogan "Todos por Lisboa".

No trajeto, os participantes carregaram faixas com os dizeres "não ao pacote trabalhista, outro caminho é possível" e entoaram cânticos contra a medida trabalhista e o governo português, segundo a agência de notícias Lusa.

O governo, liderado pelo conservador Luís Montenegro, apresentou a reforma trabalhista há alguns meses, sob o nome de "Trabalho XXI", com o argumento de melhorar a competitividade do mercado de trabalho e aumentar a produtividade. "Estamos abrindo, em Portugal, a possibilidade de termos uma legislação trabalhista ainda mais favorável ao trabalho, à qualidade do emprego e à competitividade da economia", declarou Montenegro.

Entretanto, os sindicatos descreveram a reforma como um "ataque concertado a uma ampla gama de direitos" que representaria um "enorme retrocesso" para os trabalhadores. "É uma resposta incondicional às demandas do capital, algo que os empregadores aplaudem", diz o comunicado da CGTP emitido após a mobilização de sábado.

Entre as medidas mais polêmicas - de um total de 100 - estão a flexibilização da negociação coletiva, a eliminação da licença para mães que sofrem abortos, a subcontratação após demissões coletivas, a compra de dias de férias ou o aumento do número de setores sob serviços mínimos.

GREVE GERAL EM 11 DE DEZEMBRO

A CGTP convocou os trabalhadores a entrarem em greve em todos os setores de atividade no dia 11 de dezembro em protesto contra as novas medidas.

"Uma greve geral contra o pacote trabalhista e as políticas a serviço do capital, por um rumo diferente para o país, no qual o trabalho e os trabalhadores estejam no centro de uma política de desenvolvimento e progresso, pela defesa e fortalecimento dos serviços públicos e das funções sociais do Estado", disse a confederação sindical em um comunicado.

A reforma, que atualmente está sendo debatida com vários atores sociais, tem como objetivo ser aprovada no parlamento com o apoio da Aliança Democrática (AD), que está no poder, e do partido de extrema direita Chega.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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