Publicado 31/10/2025 20:51

Milhares de pessoas protestam no Rio de Janeiro contra operação policial que deixou 120 mortos

31 de outubro de 2025, São Paulo, São Paulo, Brasil: São Paulo (SP), 31/10/2025 - Política/Ato/Massacre - Ato convocado pela UNE acontece no final da tarde desta sexta-feira (31), na Avenida Paulista, em protesto contra a operação policial que resultou na
Europa Press/Contacto/Leandro Chemalle

MADRID 1 nov. (EUROPA PRESS) -

Milhares de pessoas saíram às ruas nesta sexta-feira para mostrar seu repúdio à operação policial que deixou mais de 120 mortos na última terça-feira na cidade brasileira do Rio de Janeiro, a mais letal das operações realizadas pelas autoridades do Estado.

Os manifestantes, em sua maioria moradores dos bairros da Penha e Alemão - entre eles parentes dos mortos - reuniram-se em um campo de futebol na Penha e mostraram seu repúdio à operação policial, em um protesto que incluiu faixas contra o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro.

A manifestação também contou com a presença de parentes de pessoas mortas em operações policiais anteriores na cidade, segundo a Agência Brasil. "Sinto a dor dessas mães. Foi um choque tremendo ver que um jovem foi morto no mesmo lugar onde meu filho morreu", disse a mãe de um dos mortos ao jornal.

A operação tinha como objetivo atacar uma das estruturas do Comando Vermelho, o grupo criminoso mais importante do país, com a prisão de dezenas de seus membros. Cerca de 2.500 agentes foram mobilizados na terça-feira em duas favelas da cidade brasileira, com um saldo de pelo menos 121 mortos, incluindo quatro policiais.

Uma grande quantidade de cadáveres foi encontrada pelos habitantes do bairro da Penha nas matas ao redor e dezenas de corpos foram empilhados na Praça São Lucas, uma das mais importantes do estado do Rio de Janeiro, para posterior identificação.

"Nós, que moramos na periferia, sofremos discriminação. Mas o Estado não pode nos ver como inimigos. O Estado tem que tratar e cuidar do seu povo, de toda a sua população", disse a líder sindical Raimunda de Jesus, participante do protesto.

Por sua vez, o juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, garantiu que o governador do Rio de Janeiro deve prestar depoimento sobre a operação policial, para a qual marcou uma audiência para segunda-feira, 3 de novembro, a fim de discutir o nível de força utilizado, o número de policiais envolvidos e o número oficial de vítimas, entre outras questões.

O escritório da ONU para Direitos Humanos também pediu uma "reforma abrangente e efetiva" dos métodos da polícia brasileira após a operação sangrenta. "O Brasil precisa encerrar o ciclo de extrema brutalidade e garantir que as operações de segurança pública estejam de acordo com as normas internacionais sobre o uso da força", disse Volker Turk, Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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