Milei dá as boas-vindas ao fim das restrições de câmbio entre peso e dólar
MADRID, 14 abr. (EUROPA PRESS) -
O presidente argentino, Javier Milei, criticou duramente na segunda-feira o chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Jorge Macri, primo do ex-presidente e líder conservador Mauricio Macri, pela "traição" de contratar o estrategista eleitoral espanhol Antoni Gutiérrez-Rubí, que trabalhou com o justicialista Jorge Massa nas últimas eleições presidenciais.
Milei, que está muito chateado com a família Macri, disse que sentiu "uma traição por trás" e que o partido conservador Proposta Republicana (PRO) quer "cuidar dos negócios" antes das eleições antecipadas na cidade de Buenos Aires, marcadas para 18 de maio.
O presidente e líder do La Libertad Avanza (LLA) culpou o PRO pela falta de um acordo eleitoral em uma entrevista à estação de rádio El Observador.
"Eles contrataram o mesmo cara para a campanha negativa que Massa contratou. Não parece um ato de deslealdade para eles. Para mim, parece uma traição por trás", disse ele, embora não tenha feito referência à queixa contra Gutiérrez-Rubí feita pela Migraciones por supostamente falsificar seus documentos de residência, o que poderia levá-lo a ser expulso da Argentina.
Milei, no entanto, destacou a relação entre a LLA e o PRO na província de Buenos Aires. "Na província de Buenos Aires, vamos juntos (...). Vamos derrotar os kukas na província de Buenos Aires", disse ele, usando um termo depreciativo para se referir ao kirchnerismo.
Por outro lado, os Macri "estão demonizando minha irmã de forma injusta". "Eu dividi as eleições? Não, foi Jorge Macri. Se estamos divididos, é por causa dele. Não há vontade de mudança na cidade. Eles dizem que queriam chegar a um acordo, sabe como? Eles colocaram quatro legisladores e nós colocamos um. Não me venha com eufemismos porque eu falo e digo as coisas que eles disseram! Essa proposta parece ser uma proposta carregada. Hoje o La Libertad Avanza é muito mais poderoso do que o PRO", alegou.
"Se eu disse 'vamos todos juntos ou nada' e vocês se desdobram, estão dizendo: 'Quero cuidar dos meus negócios na cidade'. Você está mentindo para as pessoas", acrescentou.
Para Milei, a cidade está "suja". "Jorge Macri deveria explicar por que dividiu a cidade, por que quis aumentar os impostos, por que quer manter um estado elefantino, por que a cidade está uma bagunça", disse.
As eleições municipais de Buenos Aires serão realizadas no domingo, 18 de maio. A LLA está apresentando como candidato principal seu porta-voz, Manuel Adorni, e o PRO está concorrendo com Silvia Lospennato como cabeça de lista, embora nas pesquisas o favorito seja o candidato do kirchnerismo, Leandro Santoro.
FIM DA COBERTURA DA TAXA DE CÂMBIO
Além disso, Milei aproveitou a oportunidade para destacar a importância da flexibilização das restrições cambiais, o fim na segunda-feira do chamado "cepo al dólar".
"O cepo foi colocado em prática durante o final do governo Macri com Hernán Lacunza, gerando um monstro cambial que também deu calote na dívida em pesos. Sob o artifício do reperfilamento, Lacunza e Macri deram calote na dívida em pesos, algo sem precedentes", argumentou.
Milei enfatizou que, após o fim da armadilha da taxa de câmbio para pessoas físicas, não para empresas, "estamos mais livres", embora tenha reconhecido que não foi nas condições previstas, mas com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Da oposição, a ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner o repreendeu por ter promovido uma desvalorização secreta do peso argentino. "Che Milei... No final, o mesmo de sempre! O Fundo o forçou e você enviou uma desvalorização de quase 30%. Porque 'o dólar vai flutuar entre faixas de 1.000 e 1.400 pesos'... Daaaaaaaaaaale!", postou em sua conta no X.
Milei foi rápida em responder: "É tão rudimentar que me aborrece. Ela quer falar sobre economia e não sabe somar com um ábaco. Toda vez que ela fala, diz coisas estúpidas", disse ele em sua entrevista na estação de rádio El Observador.
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