MADRID 12 abr. (EUROPA PRESS) -
O governo argentino anunciou nesta sexta-feira a assinatura de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 20 bilhões de dólares (17,6 bilhões de euros), com o qual o presidente do país, Javier Milei, pretende eliminar "para sempre" a armadilha cambial.
"Hoje, nosso conselho de administração aprovou um novo programa para a Argentina em reconhecimento ao impressionante progresso na estabilização da economia. É um voto de confiança na determinação do governo de levar adiante as reformas, impulsionar o crescimento e proporcionar uma melhor qualidade de vida para os argentinos", disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.
Em termos gerais, o acordo de 48 meses visa apoiar o progresso rumo a uma nova fase do plano de estabilização e crescimento da Argentina, com ênfase especial na estabilidade macroeconômica do país, na melhoria da sustentabilidade externa e no avanço das reformas estruturais que promovem "uma economia mais aberta e baseada no mercado".
Assim, está previsto um pagamento "imediato" de 12 bilhões de dólares (cerca de 10,56 bilhões de euros) e uma primeira revisão em junho de 2025, a fim de "catalisar apoio oficial adicional, tanto multilateral quanto bilateral, e facilitar o acesso aos mercados de capitais internacionais".
Em outras palavras, esse acordo busca alcançar um sistema monetário "mais robusto" com maior flexibilidade da taxa de câmbio, que não só permita "manter uma forte âncora fiscal", mas também promova a competitividade, a produtividade e o crescimento.
Espera-se que esse montante inicial - destinado principalmente ao fortalecimento das reservas do Banco Central e à quitação de dívidas com o Fundo - comece a ser disponibilizado a partir da próxima terça-feira, conforme explicou o jornal 'La Nación', citando fontes do governo que também garantiram que começarão a ocorrer "modificações no sistema de taxas de câmbio a partir de segunda-feira".
Por sua vez, Milei comemorou o novo acordo firmado com o FMI - juntamente com as medidas anunciadas horas antes pelo Ministério da Economia e pelo Banco Central (BCRA) - como um passo importante rumo à "ordem fiscal, monetária e cambial" que a Argentina "precisava".
"Tenho o prazer de me dirigir a vocês com notícias que esperávamos há muito tempo. Eliminamos definitivamente a armadilha da taxa de câmbio da economia argentina. Eu disse que estava vindo para consertar a economia sem atalhos ou gradualismo. Depois de um ano difícil, hoje concluímos o processo de reorganização econômica, tendo colocado ordem nesses três pilares fundamentais", disse o presidente em declarações relatadas pela mesma mídia.
O presidente afirmou que essas mudanças lhe permitirão corrigir "décadas de horrores econômicos" e fazer com que a Argentina "deixe de ser o pior aluno para ser o aluno exemplar", graças a "um programa sem precedentes" do FMI, que pela primeira vez "não é para financiar a transição de uma macroeconomia desordenada para uma ordenada, mas para apoiar um plano econômico que já deu frutos".
Esse anúncio foi feito depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo argentino chegaram a um acordo preliminar na quarta-feira para um pacote de resgate de US$ 20 bilhões para apoiar a próxima fase da agenda de estabilização e reforma da Argentina.
A Argentina é atualmente o maior devedor do FMI, com uma dívida de mais de US$ 44 bilhões (38,73 bilhões de euros). Por esse motivo, parte dos novos empréstimos será usada para cobrir os pagamentos de juros ao FMI, bem como para aumentar as reservas cambiais do banco central.
Embora as medidas de "motosserra" de Milei tenham reduzido significativamente a inflação no país, elas também provocaram protestos em massa em um país onde mais de 50% da população vive abaixo da linha da pobreza.
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