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Defende que, em caso de seca extraordinária, o acordo permite a entrega de água em um ciclo imediatamente posterior ao período de cinco anos.
MADRID, 10 dez. (EUROPA PRESS) -
O governo mexicano garantiu na terça-feira que está cumprindo o Tratado da Água assinado com os Estados Unidos em 1944, depois que o inquilino da Casa Branca, Donald Trump, ameaçou o país vizinho com uma nova tarifa de 5% se não liberar "200 mil acre-feet de água" (246,7 hectômetros cúbicos) imediatamente e o acusou de violar o acordo.
"O México está agindo de acordo com o que está estabelecido no tratado, mas o tratado estabelece que, se em um período de cinco anos o volume total não puder ser coberto porque houve uma seca extraordinária, esse volume poderá ser coberto no próximo ciclo, que é o que está acontecendo no momento", explicou o subsecretário de Relações Exteriores do México para a América do Norte, Roberto Velasco, durante uma coletiva de imprensa na qual explicou o texto do tratado.
O representante da diplomacia mexicana especificou que, embora o objetivo das autoridades mexicanas seja "tentar chegar a um acordo", isso deve "respeitar uma questão que é fundamental, que está em nossa Constituição, que é o direito humano à água". "O direito das pessoas de ter água para consumo humano nas cidades (...) é, digamos, o que não podemos tocar", acrescentou.
Nessa linha, ele reiterou que "estamos, é claro, tentando chegar a um acordo que nos permita distribuir de forma justa a água que temos no momento", mas mencionou levar em conta "as limitações que a própria infraestrutura tem para fornecer água e os volumes que temos".
Nesta terça-feira, as autoridades de ambos os países realizaram uma reunião virtual, a quinta do ano, na qual discutiram "o monitoramento das entregas de água e a avaliação técnica", conforme anunciado em um comunicado da pasta diplomática mexicana.
A reunião contou com a presença do próprio Velasco, bem como dos secretários de Agricultura e Meio Ambiente, Julio Berdegué e Alicia Bárcena, respectivamente, e do chefe da Comissão Nacional da Água (CONAGUA), Efraín Morales. Representando os Estados Unidos estavam a Secretária de Agricultura, Brooke Rollins, e o Subsecretário de Estado, Christopher Landau.
O presidente dos Estados Unidos ameaçou na segunda-feira com um novo imposto de 5% sobre as importações mexicanas, alegando que o país liderado por Claudia Sheinbaum estava "violando" o Tratado da Água, o que, segundo ele, "está prejudicando seriamente" os agricultores americanos, especialmente os do estado fronteiriço do Texas.
Para evitar a ameaça da tarifa, as autoridades mexicanas teriam que "liberar imediatamente 200.000 acre-feet de água (246,7 hectômetros cúbicos)". "O México ainda deve aos Estados Unidos mais de 800.000 acre-feet de água (986,8 hectômetros cúbicos) por não ter cumprido nosso tratado nos últimos cinco anos", disse ele ao Truth Social.
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