Publicado 03/11/2025 14:32

Mazón disse a Feijóo no dia seguinte ao funeral que não aguentava mais e queria ir embora

A ligação de Mazón acelerou o processo de preparação de sua saída, embora o líder do PP já tivesse decidido que não seria um cartaz eleitoral.

Archivo - Arquivo - O presidente da Generalitat Valenciana, Carlos Mazón, e o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo.
EUROPA PRESS - Arquivo

MADRID, 3 nov. (EUROPA PRESS) -

O presidente da Generalitat em funções, Carlos Mazón, entrou em contato com o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, na quinta-feira, 30 de outubro, para lhe dizer que não aguentava mais e que queria sair, sendo a primeira vez desde a dana de 29 de outubro de 2024 que ele "verbalizou" sua vontade de renunciar, de acordo com fontes da liderança nacional do PP.

Essa conversa entre Mazón e Feijóo ocorreu apenas 24 horas depois de o presidente da Generalitat ter sido insultado pelas vítimas - com gritos de "assassino", "covarde", "rato", "fora" ou "renúncia" - durante o funeral de estado das 229 vítimas presidido pelo rei e pela rainha da Espanha em Valência. Entre as autoridades, estava sentado o próprio Feijóo.

Nesse contexto, o presidente interino da Generalitat entrou em contato com Feijóo no dia seguinte para lhe dizer que não podia mais suportar a situação, contando-lhe o que sua família estava sofrendo. "Até aquele momento, ele não havia verbalizado a possibilidade de renunciar", admitem fontes da liderança do partido.

A partir desse momento, tudo se precipitou e o processo se acelerou, dando lugar a intensas negociações que culminaram na segunda-feira com o comparecimento de Mazón ao Palau de la Generalitat para anunciar publicamente sua saída, depois de ter tido várias conversas no domingo com seu líder.

Naquela mesma quinta-feira, Mazón havia garantido publicamente que estava passando por um período de "reflexão" após as críticas das vítimas e havia indicado que se apresentaria nos próximos dias, mas sem esclarecer se renunciaria ou não.

FEIJÓO HAVIA DECIDIDO HÁ MUITO TEMPO QUE MAZÓN NÃO SERIA CANDIDATO

Nos intensos contatos deste fim de semana, Mazón disse a Feijóo que queria comunicar sua decisão na segunda-feira de manhã. A expectativa era grande porque, no domingo ao meio-dia, o secretário adjunto de Regeneração Institucional do PP, Cuca Gamarra, havia adiantado que o líder do PP falaria com o "barão" valenciano para "analisar o contexto político da Comunidade Valenciana".

Embora o telefonema de Mazón na quinta-feira tenha acelerado o processo de preparação de sua saída, o líder do PP já havia decidido há algum tempo que seu "barão" valenciano não seria o cartaz eleitoral para as próximas eleições regionais.

"Feijóo deixou claro que não seria o candidato do PP à presidência da Generalitat", destacam as mesmas fontes, que não esclarecem em que momento o presidente do PP tomou essa decisão.

Antes da conversa telefônica entre Mazón e Feijóo em 30 de outubro, fontes da liderança nacional do PP indicaram que ambos haviam agendado uma reunião presencial em 7 de novembro para analisar a situação política e fazer um balanço, coincidindo com o primeiro aniversário da enchente. Essa reunião não está mais programada para acontecer.

FEIJÓO "RESPEITA" O FATO DE MAZÓN QUERER CONTINUAR A SER AFORADO

Em vista do fato de que Mazón continuará a ser aforado como deputado, em 'Genova' eles asseguram que é uma "decisão pessoal" que eles "respeitam" da liderança nacional do PP liderada por Alberto Núñez Feijóo.

De qualquer forma, eles enfatizam que o presidente da Generalitat não é acusado "de nada" no momento. Outras fontes lembram que, em sua época, Francisco Camps também renunciou ao cargo de presidente da Generalitat por causa do "caso dos fatos" e manteve sua cadeira no Parlamento valenciano.

Após as críticas que o discurso de Mazón recebeu dos parentes das vítimas da dana e dos partidos de oposição, fontes da equipe de Feijóo admitiram que se trata de um "discurso muito complicado de fazer".

Em Gênova, eles admitem que conheciam as "linhas principais" do discurso e não veem como algo ruim o fato de Mazón querer colocar o foco no fato de que, com sua renúncia, ele está dando um passo adiante que outros não ousaram dar, em referência ao governo espanhol.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contenido patrocinado