Publicado 12/03/2025 06:59

Marlaska nega que o acordo com Junts ceda o controle da fronteira: "A polícia continuará a dizer quem entra na Catalunha".

O Ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska.
EUROPA PRESS

PP e Vox pedem a renúncia do Ministro do Interior por considerá-lo "covarde" e "traidor" e advertem: "O objetivo é expulsar o Estado da Catalunha".

MADRID, 12 mar. (EUROPA PRESS) -

O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, defendeu nesta quarta-feira no Congresso o acordo com Junts, que se limita a uma "delegação importante" em matéria migratória a favor da Generalitat da Catalunha, mas sem afetar o "controle de fronteiras" ou, como ele enfatizou várias vezes, "fluxos migratórios irregulares".

"Não há cessão de controle de fronteira, nem cessão de controle de fluxos migratórios irregulares. A Polícia Nacional continuará a dizer quem entra e quem sai das fronteiras espanholas, inclusive na Catalunha, e a carimbar os passaportes", destacou na sessão de controle do governo no Congresso.

"Da mesma forma", continuou ele, referindo-se à Polícia Nacional, "será ela quem concordará e executará, quando apropriado, a expulsão de cidadãos estrangeiros".

Apesar das críticas do PP e do Vox, bem como da maioria dos sindicatos de policiais e associações da Guarda Civil, que protestam nesta quarta-feira em frente ao Congresso contra o acordo com Junts, Marlaska sustentou que o projeto de lei entre o PSOE e o partido de Carles Puigdemont mantém as competências exclusivas do Estado.

COVARDE E TRAIDOR

Os deputados do PP, Miguel Tellado e Ana Vázquez, e o deputado do Vox, Ignacio Gil Lázaro, acusaram Marlaska de ser um "traidor" e um "covarde", pedindo-lhe que renuncie, pois entendem que ele não cumpriu sua promessa, expressa em setembro no Congresso, de que o controle das fronteiras e dos fluxos migratórios não era passível de ser transferido ou delegado.

"Qualquer agente do vilarejo mais remoto tem mais honra do que o ministro que o comanda", disse Tellado, enquanto Ana Vázquez o criticou por ter se "escondido" por vários dias - Marlaska o censurou por "brincar com sua saúde", já que o Ministério explicou que ele estava suspendendo sua agenda devido a um problema de saúde - para satisfazer os partidários da independência com o objetivo de manter Pedro Sánchez no governo.

"O objetivo é expulsar o Estado da Catalunha", disse Vázquez, que também argumentou que o acordo com Junts significa "erguer fronteiras entre os espanhóis". Gil Lázaro, por sua vez, abundou na mesma ideia: "Isso envolve a expulsão da Polícia e da Guarda Civil", comentou, lembrando que "Puigdemont diz que a Catalunha exercerá competências que somente os Estados têm".

POTPOURRI DE MENTIRAS

Marlaska lamentou o "pot-pourri de mentiras e boatos", pois, em sua opinião, o que o projeto de lei faz é "delegar competências muito relevantes em questões migratórias", mas não o controle de fronteiras ou fluxos migratórios irregulares.

Além disso, assim como outros ministros que o antecederam na sessão de controle, Marlaska relembrou as concessões feitas pelo governo de José María Aznar à CiU durante o período de Jordi Pujol, bem como o fato de que o "único momento de perigo para a integridade da Espanha" foi com o governo de Mariano Rajoy, devido à declaração de independência da Catalunha após o referendo 1-O.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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