MADRID 25 dez. (EUROPA PRESS) -
O coordenador federal da Izquierda Unida, Antonio Maíllo, avaliou que o rei Felipe VI demonstrou um "preocupante distanciamento da realidade" em seu discurso de Natal e lamentou que suas palavras tenham sido marcadas por uma "profunda abstração", sem especificar questões, destacando-se mais "pelo que não disse do que pelo que disse".
Falando à mídia de Córdoba, o líder da Izquierda Unida reprovou o monarca por embrulhar sua mensagem "em palavras de celofane", com uma séria "equidistância entre aqueles que causaram a crise e suas vítimas".
"Nunca veremos Felipe de Borbón criticando ou apontando o dedo para os causadores da crise: os fundos de investimento especulativos, os que prejudicam e ameaçam a saúde pública e a educação, porque não foi disso que ele falou", lamentou.
Portanto, na opinião de Maíllo, essa mensagem de Natal do Rei foi uma "oportunidade perdida" e ele considera "evidente" que sua distância da "realidade da sociedade espanhola" também está relacionada a "uma posição que pode ser resumida na famosa frase de Aznar 'quem pode fazer, que faça'".
Nesse sentido, Maíllo assegurou que, enquanto milhares de pessoas sustentam suas vidas fazendo um esforço anônimo com precariedade e pouco reconhecimento, ele se permitiu "pontificar com uma enumeração de problemas que ele fez como manchetes de uma realidade que ele evidentemente não conhece, exceto de passagem".
NEM UMA ÚNICA CRÍTICA AOS PODEROSOS
Entre as ausências do discurso, o líder da Izquierda Unida criticou o fato de o Rei não ter falado sobre a violência de gênero ou a violação "permanente" do direito internacional por Donald Trump ou o genocídio do governo israelense contra a população palestina em Gaza.
"Nunca veremos o chefe de Estado criticando os poderosos", disse o coordenador federal da IU, para quem não se trata de "falar de democracia em abstrato, mas de democracia vinculada a um aluguel acessível, a poder encher a cesta de compras e a ter um sistema de saúde que garanta atendimento quando necessário".
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