O líder brasileiro garante que não deixará a presidência rotativa do grupo sem fechar o pacto de uma vez por todas.
MADRID, 7 jun. (EUROPA PRESS) -
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, iniciou a visita de quase uma semana à França com um pedido ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, para aceitar o acordo comercial com a zona econômica do Mercosul.
"Não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo comercial com a UE. Abra seu coração para essa possibilidade", disse Lula em uma coletiva de imprensa em Paris, ao lado de Macron, enquanto espera assumir a presidência do grupo no lugar da Argentina no próximo mês.
A União Europeia e o bloco sul-americano Mercosul concluíram um acordo comercial há muito aguardado no final do ano passado, apesar das veementes objeções da França, que prometeu bloquear sua ratificação.
As partes concordaram, em princípio, com os termos do pacto depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visitou o Uruguai para a cúpula do Mercosul, apesar de Macron, enfurecido, ter dito que os termos eram "inaceitáveis".
Há muito tempo a França tem sido a principal oponente do acordo, citando a necessidade de garantias de que as empresas do Mercosul enfrentem os mesmos padrões ambientais e de saúde que suas contrapartes europeias.
Depois de mais de duas décadas de negociações, o acordo representa uma oportunidade para a UE e a união alfandegária sul-americana, fundada pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, de explorar novos mercados em meio à concorrência acirrada da China e às ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump.
"Esta é a melhor resposta que nossas regiões podem dar ao cenário incerto criado pelo retorno do unilateralismo e do protecionismo tarifário", disse Lula.
Para o Brasil, a maior economia do Mercosul, o acordo será um impulso para seu gigantesco setor agrícola.
Lula quer encerrar as negociações em dezembro, durante uma cúpula dos líderes do bloco. Se o pacto for aprovado, será o maior acordo comercial já assinado por qualquer um dos blocos.
A visita de cinco dias do presidente brasileiro à França incluirá paradas em Lyon e Nice. Lá, ele participará de uma cúpula das Nações Unidas sobre proteção dos oceanos com o presidente francês.
Macron e Lula têm tentado reavivar as relações entre seus países, que se deterioraram durante o governo do antecessor de Lula, o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro.
Macron considera o Brasil um ator importante entre as potências emergentes, pois é uma das maiores democracias do mundo e tem uma política externa mais moderada. Lula descreveu a França como o aliado mais próximo do Brasil entre as potências ocidentais.
Apesar da boa química pessoal entre os dois líderes, há questões que vão além do Mercosul em sua agenda, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia. O líder francês tornou-se um dos mais ferrenhos apoiadores de Kiev, enquanto Lula procurou manter boas relações com ambos os lados.
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