Brasil e Índia insistem em reivindicar assento permanente no órgão da ONU
MADRID, 9 jul. (EUROPA PRESS) -
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou nesta terça-feira os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas de "serem os que mais estimulam a guerra", em um discurso no qual insistiu no pedido de que tanto a Índia quanto seu país tenham um assento permanente no órgão.
"O Brasil e a Índia têm um potencial extraordinário, e é por isso que exigimos o direito de participar do Conselho de Segurança da ONU. Não podemos continuar sem fazer nada enquanto a ONU for enfraquecida e ignorada. E os membros permanentes do Conselho, que deveriam promover a paz, são os que mais promovem a guerra", disse ele em declarações relatadas pela Agência Brasil após uma reunião bilateral em Brasília com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
O próprio Lula, por meio de sua conta no X, descreveu como "inaceitável que países do tamanho da Índia e do Brasil não tenham assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU". "Como membros do G20 e do BRICS, atuamos em defesa do multilateralismo e a favor de uma governança global mais inclusiva", disse ele.
Essa solicitação de longa data foi reiterada em várias ocasiões no âmbito de vários pedidos de reforma do órgão, nos quais a inclusão do Brasil e da Índia foi levantada, mas também a de outros países, como Alemanha, Japão e África do Sul. Em 2020, o então primeiro-ministro de Portugal e atual presidente do Conselho Europeu, António Costa, solicitou a ampliação do Conselho para incluir Brasília e Nova Délhi.
A ALIANÇA ENTRE BRASIL E ÍNDIA, "UM PILAR DE ESTABILIDADE E EQUILÍBRIO".
Lula disse que a Índia e o Brasil são "aliados naturais no enfrentamento de dois dos maiores desafios de nosso tempo: erradicar a fome e a pobreza e combater as mudanças climáticas".
Nesse sentido, o líder brasileiro afirmou que os dois países chegarão à Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) "como líderes da transição energética justa" e lá demonstrarão "que é possível combinar a redução das emissões de gases de efeito estufa com crescimento econômico e inclusão social".
Por sua vez, Modi disse que a "parceria Índia-Brasil é um importante pilar de estabilidade e equilíbrio", citando a crença comum de ambos os Estados de que "todas as disputas devem ser resolvidas por meio do diálogo e da democracia", bem como a "tolerância zero" ao terrorismo.
Nova Délhi, atualmente o décimo maior parceiro comercial de Brasília, planeja aumentar os fluxos comerciais entre os dois países em mais de 65%, e o líder indiano disse que trabalharia com as autoridades brasileiras "na expansão do acordo comercial histórico entre a Índia e o Mercosul".
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