BRUXELAS 19 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, confirmou nesta sexta-feira que a União Europeia financiará a Ucrânia com um empréstimo de 90 bilhões de euros, embora não recorra, por enquanto, aos ativos russos congelados no bloco, depois que os líderes europeus arquivaram essa opção devido às dificuldades associadas a esse plano.
"Temos um acordo", disse o ex-primeiro-ministro português em uma mensagem nas redes sociais depois de uma cúpula europeia de 16 horas em Bruxelas, marcada por divergências sobre o aproveitamento da liquidez dos ativos congelados pelas sanções da UE para um potencial "empréstimo de reparação".
Costa disse que a UE "forneceria 90 bilhões de euros de apoio à Ucrânia até 2026 e 2027". "Nós nos comprometemos e cumprimos", reiterou.
Os líderes chegaram à cúpula de Bruxelas com divergências sobre o uso da liquidez dos ativos vinculados pelas sanções da UE para um possível "empréstimo de reparo". Durante a maratona de reuniões, os chefes de Estado e de governo da UE não conseguiram superar as diferenças em relação aos riscos associados à operação proposta pela Comissão Europeia, que a maioria dos líderes apoiou como a única viável na mesa.
As dúvidas expressas pela Bélgica foram acompanhadas por outros países durante toda a cúpula, apesar do fato de que, durante grande parte da reunião, o foco foi o uso dos ativos russos congelados, enquanto a Comissão Europeia negociava paralelamente com a Bélgica uma proposta de conclusões que se encaixaria nas exigências do governo de Bart De Wever.
"Essa é uma mensagem decisiva para o fim da guerra, porque o presidente russo Vladimir Putin só fará concessões quando perceber que sua guerra não dará frutos", disse o chanceler alemão Friedrich Merz em comunicado divulgado minutos depois que os 27 líderes chegaram a um acordo sobre um empréstimo sem juros de 90 bilhões de euros para Kiev.
O conservador alemão também enfatizou que os ativos russos congelados "permanecerão congelados até que a Rússia pague reparações à Ucrânia" e deixou claro que Kiev não terá que pagar o empréstimo aos europeus até que a Rússia pague essas reparações.
"Se a Rússia não pagar as reparações, nós, em total conformidade com a lei internacional, usaremos os ativos russos congelados para pagar o empréstimo", disse Merz.
Assim, a União Europeia fornecerá "urgentemente" um empréstimo de 90 bilhões de euros com "dívida conjunta" para os próximos anos, conforme descrito pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, que destacou o compromisso de "continuar trabalhando" na possibilidade dos ativos russos congelados.
Sánchez também indicou que em uma reunião bilateral pela manhã com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, ele defendeu que a União "deve apoiar financeiramente a Ucrânia" "por razões morais, por razões de justiça e também porque é legal".
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