Europa Press/Contacto/Sergei Fadeichev
MADRID 28 dez. (EUROPA PRESS) -
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, indicou que as Forças Armadas russas considerarão qualquer contingente militar europeu em solo ucraniano como um "alvo legítimo", diante dos rumores de que tropas europeias estariam sendo enviadas pela chamada Coalizão dos Dispostos, o grupo de países aliados à Ucrânia que se comprometeu a participar de uma hipotética missão para garantir a segurança de Kiev após um acordo de paz.
"As ambições (dos políticos europeus) os cegam: eles não apenas não se importam com os ucranianos, mas também não parecem se importar com sua própria população. De que outra forma explicar os contínuos rumores na Europa sobre o envio de contingentes militares para a Ucrânia na forma de uma Coalizão dos Dispostos? Já declaramos centenas de vezes que, nesse caso, eles se tornariam um alvo legítimo para nossas forças armadas", disse ele em uma entrevista à agência de notícias russa TASS.
Esses países propuseram o envio de uma força multinacional à Ucrânia para contribuir "com a regeneração das tropas ucranianas, a segurança de seus céus e a proteção dos mares, inclusive operando dentro da Ucrânia" como garantia de segurança após o fim da guerra.
Lavrov descreveu o grupo de países aliados à Ucrânia, liderado pelo Reino Unido, Alemanha, França e a própria União Europeia, como um "partido de guerra" e denunciou que seu objetivo é "infligir uma derrota estratégica à Rússia", algo pelo qual eles estariam "preparados para ir até o fim".
"Os círculos governantes da maioria dos países europeus exageram a 'ameaça russa' e alimentam sentimentos russofóbicos e militaristas na sociedade. Gostaria especialmente de enfatizar que tudo isso é feito sem qualquer base legítima: afinal, a Rússia nunca, por iniciativa própria, tomou medidas hostis contra seus vizinhos europeus", disse ele.
O político russo considerou uma vitória o fato de que, pela primeira vez, os Estados Unidos estabeleceram limites para "a eterna trajetória expansionista da OTAN" em relação à Ucrânia.
Mais uma vez, ele expressou sua concordância com a recente estratégia de segurança nacional publicada pelo governo de Donald Trump, considerando seus princípios "inovadores" e que ela poderia levar a uma mudança no "papel de Washington" em uma nova configuração global.
Essas declarações foram feitas poucas horas antes da reunião entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na Flórida, onde eles discutirão o progresso feito nos últimos meses sobre o possível projeto de paz. No entanto, as palavras de Lavrov inflamam ainda mais o debate em um momento em que as conversas não parecem estar se cristalizando em acordos concretos.
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