Publicado 01/11/2025 23:14

Kicillof critica a rejeição da oposição por parte de Milei e o exorta a "ouvir, corrigir e dialogar" com "seriedade".

Archivo - 18 de julho de 2022, Buenos Aires, Argentina: O presidente Alberto Fernández liderou a apresentação do Argentina Grande, Plano de Infraestrutura para o Desenvolvimento da Nação, juntamente com o ministro de Obras Públicas, Gabriel Katopodis. O g
Europa Press/Contacto/Esteban Osorio - Arquivo

MADRID 2 nov. (EUROPA PRESS) -

O governador da província argentina de Buenos Aires, Axel Kicillof, reprovou neste sábado o presidente do país, Javier Milei, pela falta de "realidade" de seu modelo econômico e pela "intromissão" norte-americana derivada dele, ao mesmo tempo em que o reprovou por sua recusa em dialogar com governadores "inimigos" - como o próprio Kicillof - e o exortou a "ouvir" e "corrigir".

"Presidente Milei: os argentinos estão passando por um momento ruim (...). Sua política econômica está destruindo o tecido social e produtivo da Argentina. É por isso que lhe peço que ouça, que corrija, que dialogue (...). O futuro da Argentina não se constrói com ódio ou submissão, mas com respeito, cooperação e amor pelo país", disse Kicillof em uma carta enviada ao presidente argentino no sábado.

O governador insistiu na importância de manter conversações "com aqueles que pensam de forma diferente", pois eles também foram "democraticamente eleitos para defender os interesses de (seu) povo", e advertiu que excluir as províncias lideradas por governos de oposição de suas reuniões "é um gesto antidemocrático e contrário ao espírito federal".

Nessa linha, o governador de Buenos Aires ofereceu a Milei a possibilidade de "discutir" todas as questões que ele "quiser acrescentar" com "seriedade", como fez após sua vitória nas eleições provinciais de 7 de setembro.

"Em virtude de nossas responsabilidades, somos obrigados a nos coordenar para proteger aqueles que mais sofrem, reativar a produção, fortalecer o federalismo e garantir que as províncias recebam o que lhes é de direito", acrescentou, ressaltando que não receberia "insultos ou agressões" da parte dele, mas que "não (cederá) na defesa dos interesses de (sua) província ou na defesa das convicções de (sua) força política".

CONTRA NÓS "INTERFERÊNCIA

Além de denunciar a discriminação contra as províncias lideradas pela oposição, Kicillof criticou severamente "as calamidades que (o) modelo econômico" de Milei causou nas diferentes camadas da sociedade argentina, apontando a "interferência econômica e política" dos Estados Unidos como uma de suas principais causas.

"Seu plano econômico, baseado na manutenção de um dólar baixo e em uma recessão prolongada para conter os preços, fracassou. Os dólares do (secretário do Tesouro dos EUA) Scott Bessent podem ter sido eficazes para acalmar os mercados financeiros, mas de forma alguma resolvem os problemas da vida cotidiana da maioria dos argentinos", acrescentou o governador, lamentando que essa intervenção tenha resultado em "uma perda de soberania e dignidade nacional".

"Eu o lembro, Sr. Presidente, que o apoio estrangeiro não substitui o apoio do povo argentino", continuou Kicillof, enfatizando que "sua tarefa é governar para todos os argentinos, dentro da Constituição, respeitando o federalismo e defendendo o interesse nacional. Será o povo, daqui a dois anos, que decidirá se ele cumpriu ou não essa tarefa", disse ele.

Essa carta foi publicada depois que o presidente argentino se reuniu nesta quinta-feira na Casa Rosa com todos os governadores das províncias do país, com exceção de quatro - entre eles Kicillof - para buscar seu apoio ao orçamento do próximo ano e à reforma trabalhista, além de outras medidas.

Tudo isso depois que o La Libertad Avanza se tornou o partido mais votado nas eleições legislativas parciais do último domingo, conquistando mais da metade das cadeiras em jogo em ambas as câmaras.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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