Publicado 01/12/2025 11:27

Kallas argumenta que o uso de ativos russos fortalece a posição de Kiev de não fazer mais concessões a Moscou

Alta Representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
FRANCOIS LENOIR

BRUXELAS 1 dez. (EUROPA PRESS) -

A Alta Representante da União Europeia para Política Externa, Kaja Kallas, defendeu novamente nesta segunda-feira o uso de ativos russos congelados na Europa para um empréstimo destinado a sustentar a Ucrânia nos próximos anos, ressaltando que essa medida fortalece a posição de Kiev e da Europa nas negociações de paz lideradas pelos Estados Unidos.

Em resposta às dúvidas persistentes do primeiro-ministro da Bélgica, Bart de Wever, que disse em uma carta com palavras fortes que tal medida não apenas "violaria" a lei internacional, mas também poderia prejudicar os esforços para um acordo de paz, o principal diplomata da UE respondeu que a medida é a maneira mais viável de apoiar Kiev e "fortalece a capacidade de pressão europeia sobre a Rússia".

"Isso fortalece a posição europeia em relação a Moscou. Isso é claro, por isso temos que avançar nessa questão", disse ela em uma coletiva de imprensa no final da reunião dos ministros da defesa da UE em Bruxelas, que discutiu como manter o apoio de longo prazo a Kiev.

A Alta Representante argumentou que os ativos soberanos vinculados à Europa deveriam ser a "base" para o pagamento de reparações de guerra à Ucrânia, de modo que o trabalho da UE deve ser "fazer todo o possível para apoiar a vítima e não recompensar o agressor".

"O objetivo é alcançar uma paz duradoura, não um pacto que deixe a porta aberta para outra guerra", disse ele, ressaltando que o apoio europeu deve incluir a busca de financiamento sólido para a Ucrânia nos próximos dois anos, já que Kiev estima que precisará de 70 bilhões de euros para manter seu exército, mesmo que a guerra seja suspensa com um cessar-fogo.

Essas declarações ocorrem em um momento em que cerca de 20 estados-membros são favoráveis ao uso dos ativos russos congelados na Europa, enquanto a Bélgica mantém suas dúvidas legais e outro grupo de países continua sem apoiar a medida.

A UCRÂNIA NÃO DEVE FAZER MAIS CONCESSÕES PARA ALCANÇAR A PAZ

Enquanto o enviado dos EUA Steve Witkoff viaja a Moscou para se reunir com o presidente russo Vladimir Putin, o Alto Representante insistiu que a Ucrânia não deve fazer mais concessões para alcançar a paz, insistindo que as concessões são prejudiciais à "segurança global".

"Temo que toda a pressão seja colocada no lado fraco, porque essa é a maneira mais fácil de acabar com a guerra, que a Ucrânia se renda", argumentou o ex-primeiro-ministro da Estônia, sobre o progresso das conversações lideradas pelos EUA.

Nesse sentido, Kallas advertiu que as concessões ucranianas "não são do interesse de ninguém", a começar pela Ucrânia ou pela UE, mas também pela "segurança global", alertando que um acordo ruim na Ucrânia prejudicará os princípios da Carta das Nações Unidas, que consagra a integridade territorial e a soberania dos países.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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