Publicado 26/03/2025 15:55

A justiça boliviana convoca o presidente Arce e Morales para depor como testemunhas no caso do golpe de Estado

Archivo - Arquivo - 22 de outubro de 2021: EUM20211022POL01.JPG .CIDADE DO MÉXICO - Política - Evo Morales - 22 de outubro de 2021. Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, dá uma coletiva de imprensa no México. Foto: Agência EL UNIVERSALGermán EspinosaEELG
Europa Press/Contacto/El Universal - Archivo

A defesa de Morales alega que ele não tem obrigação de comparecer e vê a convocação como uma distração.

MADRID, 26 mar. (EUROPA PRESS) -

A Justiça boliviana convocou o presidente Luis Arce e o ex-presidente Evo Morales para depor como testemunhas no caso relacionado à crise política de 2019, que levou à renúncia e à saída do país deste último, a pedido de um dos acusados, o opositor Luis Fernando Camacho, ex-governador de Santa Cruz.

Além deles, o ex-vice-presidente Álvaro García Linera e o ex-ministro do governo Carlos Romero - ambos em diferentes gabinetes de Morales - e o atual governador de Santa Cruz, Mario Aguilera Cirbián, também devem comparecer pessoalmente em 31 de março em La Paz.

O governo boliviano confirmou que, quando o presidente Arce receber a convocação, ele cumprirá com o sistema judiciário, "ao contrário de outros atores", em uma clara alusão a Morales, que está sob mandado de prisão depois de não comparecer em seu caso por suposto abuso infantil.

O ministro da Justiça, César Siles, disse ao jornal 'El Deber' que Arce ainda não foi intimado, mas se for, eles farão uso do privilégio judicial concedido ao presidente para comparecer por escrito.

A defesa de Camacho argumenta que a declaração de Arce é de "importância vital" para explicar sua renúncia como ministro da economia de Morales em 2019, com base em sua carta de renúncia que se referia à "má administração" do Tribunal Supremo Eleitoral, mas não a um golpe de Estado.

Em novembro de 2019, Morales, sob forte pressão das forças armadas e da oposição, bem como em meio a fortes protestos de rua, renunciou em meio a acusações de fraude nas eleições de outubro daquele ano.

Camacho, preso desde dezembro de 2022, liderou os protestos da oposição e foi uma figura-chave na ascensão da então senadora Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidente sem o consenso ou a presença mínima da Assembleia.

Por esses fatos, Áñez foi condenada a dez anos de prisão, no âmbito do chamado caso "Golpe II", por assumir a presidência de forma inconstitucional, bem como por crimes de terrorismo em grau de cumplicidade. Por sua vez, Camacho está sendo julgado pelo chamado caso do Golpe I.

MORALES REJEITA A CONVOCAÇÃO

Por sua vez, a defesa do ex-presidente Morales garantiu que ele não é obrigado a comparecer e rejeitou a convocação como uma tentativa de desviar a atenção dos problemas econômicos da Bolívia.

"Ele não tem motivos para participar da fase final do julgamento", disse o advogado de Morales, Nelson Cox, em declarações à La Razón Radio.

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