SEVILLA 7 maio (EUROPA PRESS) -
O Departamento de Sustentabilidade e Meio Ambiente do Governo Regional da Andaluzia confirmou a redescoberta na província de Sevilha de uma das espécies vegetais mais escassas e ameaçadas da flora ibérica: Gyrocaryum oppositifolium Valdés, popularmente conhecida como "Nomevés" devido ao seu pequeno tamanho e à brevidade de sua floração.
Essa espécie, que não era encontrada na Andaluzia há mais de quatro décadas, foi reencontrada no Parque Natural Sierra Morena, em Sevilha, graças ao trabalho de monitoramento realizado pelos técnicos da Rede Andaluza de Jardins Botânicos e Micológicos, informa o Ministério Regional em um comunicado à imprensa.
A descoberta foi "uma verdadeira surpresa para os botânicos e técnicos andaluzes", pois nenhum espécime havia sido detectado em seu local original desde 1982, apesar das visitas contínuas à área. A recente descoberta de mais de cem espécimes vivos não apenas confirma sua presença na Andaluzia, mas também dá esperança de sua permanência no ecossistema, possivelmente ligada às condições climáticas, como a abundância de chuvas registrada este ano.
Essa espécie é endêmica da Península Ibérica, originalmente descrita em Constantina (Sevilha) por Benito Valdés Castrejón, professor de botânica da Universidade de Sevilha, em 1982. Apenas três populações muito distantes são conhecidas: além da andaluza, duas outras foram documentadas em Ponferrada (León) e Cadalso de los Vidrios (Madri), descobertas na década de 1990 e no início dos anos 2000.
O Ministro Regional do Meio Ambiente valorizou essa descoberta como um sucesso dos esforços de conservação realizados na Andaluzia. "Demonstramos que o compromisso com a biodiversidade é muito mais do que uma declaração, é uma política pública firme que dá frutos", disse ela. Catalina García também enfatizou que a detecção dessa planta "é um motivo de alegria, mas também um lembrete da fragilidade de muitos elementos do nosso patrimônio natural e da necessidade de continuar a protegê-los".
ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO
A "Nomevés" está oficialmente catalogada como "Ameaçada" no Catálogo Andaluz de Flora Ameaçada e está listada como um táxon prioritário no Atlas e Livro Vermelho da Flora Vascular Ameaçada da Espanha. Além disso, de acordo com a Lista Vermelha da flora vascular espanhola, seu status é "em estado crítico".
Essas classificações refletem sua extrema vulnerabilidade, com populações formadas por pouquíssimos indivíduos e sujeitas a várias ameaças, embora a redescoberta dessa população possa fornecer novos dados sobre sua capacidade de adaptação. Entre as principais pressões que a espécie enfrenta, os especialistas identificam a baixa capacidade reprodutiva e a proliferação de espécies de plantas mais competitivas que se beneficiam da presença humana.
Além disso, há o risco de coleta, tanto por amadores quanto para fins científicos, o que no passado enfraqueceu seriamente a população andaluza. O Ministro Regional indicou que "fortalecemos os mecanismos de monitoramento de espécies ameaçadas de extinção graças ao trabalho das equipes técnicas da Rede de Jardins Botânicos da Andaluzia, cujo trabalho meticuloso levou a conquistas como essa".
OBTENÇÃO DE SEMENTES DE POPULAÇÕES ENCONTRADAS
A esse respeito, a chefe desse departamento afirmou que a descoberta nos obriga a redobrar nossos esforços de conservação, "porque agora temos uma responsabilidade coletiva de não perder um patrimônio botânico tão valioso como esse". De fato, ela confirmou que os técnicos já estão trabalhando na obtenção de sementes das populações encontradas, com o objetivo de conservá-las no Banco Andaluz de Germoplasma Vegetal (BGVA) para ações futuras.
Catalina García também insistiu que a proteção dessa espécie exigirá medidas específicas adaptadas à sua raridade e singularidade. "Estamos iniciando um novo capítulo na conservação do nomevés e vamos desenvolver ações de acordo com seu delicado ciclo de vida e as peculiaridades de seu habitat", disse ela.
Ele também destacou que seu pequeno tamanho e floração fugaz podem ter contribuído para que ele passasse despercebido em outros enclaves, razão pela qual está começando uma nova etapa de prospecção e busca ativa em áreas semelhantes da Andaluzia. Finalmente, ele afirmou que "com eventos como esse, podemos ver que nossa natureza ainda guarda surpresas e que, com perseverança, rigor científico e compromisso institucional, é possível recuperar espécies que pensávamos estar perdidas".
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