MADRID 1 ago. (EUROPA PRESS) -
O juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes, que está liderando o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado, disse na sexta-feira que vai "ignorar" as sanções impostas pelo governo de Donald Trump.
Durante a primeira sessão do tribunal superior após o recesso de julho, De Moraes disse que, apesar das medidas de Washington, ele continuará trabalhando e que a Suprema Corte, a polícia e a Procuradoria Geral da República "não cederão à pressão", de acordo com declarações relatadas pelo portal de notícias brasileiro UOL.
Ele também comparou as ações dos apoiadores de Bolsonaro para fazer com que as autoridades dos EUA imponham sanções contra o Brasil às ações de "milicianos", enquanto denuncia que eles continuam sendo alvo de ameaças e chantagens.
"A insistência dessa organização criminosa em implementar medidas prejudiciais ao Brasil, com a implementação dessas tarifas espúrias e agressões (...) tem o propósito de criar uma grave crise econômica no Brasil, o que, para desgosto desses traidores brasileiros, não acontecerá", disse.
Segundo ele, "a ideia é gerar uma grave crise econômica no Brasil para exercer pressão política e social contra o Judiciário e o Legislativo, interferindo assim no andamento dos processos criminais em curso, que já estão na fase de alegações finais".
"Invadiram a Praça dos Três Poderes para que, como confessaram mais de 500 réus, fosse feito um chamamento à ação (...), gerando comoção nacional e facilitando o golpe. O modus operandi é o mesmo: incentivar uma crise econômica que gera uma crise social, que por sua vez gera uma crise política, gera instabilidade e a possibilidade de um novo golpe", disse.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, iniciou a primeira sessão plenária com um discurso de apoio a De Moraes: "Nem todos compreendem os riscos que o país correu e a importância de agir com firmeza e rigor, sempre dentro do devido processo legal", disse em referência ao trabalho do magistrado.
Nesta semana, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções contra De Moraes, alegando que ele havia "arrogado para si o papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal". A decisão foi tomada poucos dias depois de o Departamento de Estado ter revogado o visto do juiz e de seus familiares imediatos por causa da imposição de medidas cautelares contra Bolsonaro por financiar uma conspiração nos EUA para defender sua inocência.
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