O presidente se gaba nas mídias sociais sobre a redução das travessias de fronteira do México e pede aos republicanos que o apoiem diante de "juízes malucos".
MADRID, 3 jul. (EUROPA PRESS) -
Um juiz federal bloqueou na quarta-feira uma política do governo dos Estados Unidos que proíbe os migrantes que cruzam a fronteira com o México de solicitar asilo, considerando-a um exagero das funções da administração ao contornar a lei de imigração.
"O presidente (Donald Trump) não pode adotar um sistema de imigração alternativo que substitua as leis promulgadas pelo Congresso", disse o juiz distrital dos EUA Randolph Moss em uma decisão relatada pela CNN.
O juiz enfatizou na decisão que "nada na Lei de Imigração e Nacionalidade ou na Constituição dá ao presidente ou a seus delegados a ampla autoridade afirmada na proclamação e nas diretrizes de implementação", palavras que surgem em um momento em que o governo Trump se vangloria da redução das travessias de fronteira.
"Parabéns, Estados Unidos! As estatísticas de fronteira de junho chegaram e, mais uma vez, são os números mais baixos já registrados na história dos Estados Unidos", comemorou o ocupante da Casa Branca no Truth Social na quarta-feira.
O presidente dos EUA enfatizou que "a Patrulha de Fronteira dos EUA informou que não houve entrada de imigrantes ilegais no país. Além disso, a Alfândega e a Proteção de Fronteiras registraram apenas 25.243 'encontros nacionais' durante todo o mês".
"As fronteiras dos Estados Unidos são seguras e todos sabem disso", acrescentou em um post no qual advertiu que "ainda temos juízes radicais de esquerda tentando abrir a fronteira e desafiar a Suprema Corte", embora não tenha mencionado Moss.
Ele pediu aos membros de seu partido que fossem "inteligentes, fortes e nunca deixassem que esses juízes malucos nos transformassem em um país de terceiro mundo". "Os homens e mulheres da Patrulha de Fronteira, ICE (...) estão fazendo um trabalho incrível, mas precisam de mais ajuda e estão contando com os republicanos para isso", acrescentou, enquanto seu "grande e belo" projeto de orçamento está em jogo no Congresso.
O GOVERNO CRITICA O JUIZ MOSS COMO "REBELDE" E "MARXISTA".
A decisão do juiz federal levará 14 dias para se tornar definitiva e espera-se que Washington recorra, especialmente após as declarações à CNN da porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, que chamou Moss de "juiz distrital rebelde" e disse que esperava que o governo fosse apoiado por um tribunal superior.
"O presidente protegeu a fronteira de forma histórica, usando todas as ferramentas legais disponíveis que lhe foram fornecidas pelo Congresso. Hoje, um juiz distrital desonesto retirou essas ferramentas, ameaçando a segurança dos americanos", disse ele.
Ao mesmo tempo, o conselheiro de segurança nacional, Stephen Miller, chamou o juiz de "marxista" e denunciou por meio da rede social X que Moss "declarou que todos os possíveis futuros imigrantes ilegais em território estrangeiro (ou seja, uma grande parte do planeta Terra) fazem parte de uma 'classe' global protegida com o direito de serem admitidos nos Estados Unidos". Miller chegou ao ponto de afirmar que "o Ocidente não sobreviverá se nossa soberania não for restaurada".
Por outro lado, o texto foi particularmente bem recebido por organizações como a American Civil Liberties Union (ACLU), que no início deste ano entrou, juntamente com outros grupos, com uma ação judicial contra uma proclamação presidencial que restringia o asilo na fronteira entre os EUA e o México e que, de acordo com os autores da ação, colocou em risco milhares de vidas ao impedir que essas pessoas buscassem refúgio nos Estados Unidos.
"Esta é uma grande vitória para aqueles que fogem do perigo e para o estado de direito", comemorou o advogado da ACLU, Lee Gelernt. "O tribunal reconheceu corretamente que o presidente não pode simplesmente ignorar as leis aprovadas pelo Congresso.
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