MADRID 18 set. (EUROPA PRESS) -
A Jurisdição Especial para a Paz (JEP) da Colômbia condenou, na quinta-feira, doze militares pelo assassinato de 135 "falsos positivos" - civis que foram passados por guerrilheiros para justificar suas mortes - a oito anos de sentenças restaurativas, parte dos acordos de paz de Havana de 2016.
Os 12 soldados - que faziam parte do Batalhão La Popa, sediado na cidade de Valledupar, no nordeste da Colômbia, entre 2002 e 2005 - foram condenados a oito anos de penas alternativas de prisão, concentrando-se principalmente no trabalho para restaurar a integridade das vítimas e na prestação de contas.
Alguns deles cumprirão um tempo menor de reparação depois que suas penas de prisão forem comutadas. O trabalho inclui a participação na construção, reparo e manutenção da infraestrutura nas áreas afetadas, um mausoléu para as vítimas e um centro cultural e de memória para a comunidade indígena Wiwa.
A investigação estabeleceu que esses doze soldados - em sua maioria comandantes de nível médio, já que os mais graduados não aceitaram as acusações - estão ligados aos "assassinatos ilegais e desaparecimentos forçados" de 135 pessoas entre 2002 e 2005 nos departamentos de Cesar e La Guajira, no Caribe colombiano, crimes que foram executados em "aliança e conluio" com as extintas Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC).
Esta semana, a JEP também impôs sanções alternativas ao antigo alto comando das guerrilhas das FARC, que, ao contrário dos militares, reconheceram sua responsabilidade pelos atos dos quais foram acusados, o sequestro de 21.000 pessoas durante quase seis décadas de conflito armado na Colômbia.
Os "falsos positivos" é o nome dado na Colômbia aos 6.402 civis, de acordo com números da própria JEP, que foram assassinados, em conluio com grupos paramilitares, pelas forças de segurança e passados como guerrilheiros, principalmente entre 2006 e 2008, em pleno governo de Álvaro Uribe.
O objetivo desses crimes era demonstrar uma falsa sensação de sucesso nas operações militares contra o narcotráfico e os grupos armados, estimulados pelas condecorações e pelo reconhecimento econômico oferecidos pelo governo em troca de bons resultados.
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