Publicado 31/10/2025 15:09

Jakarta, a série de road movies de San José com Cámara como ex-jogadora de badminton: "É um tributo à derrota".

A diretora, Elena Trapé, e o ator, Javier Cámara, durante a apresentação de 'Jakarta' na Seminci 2025, no Museu Patio Herreriano, em 31 de outubro de 2025, em Valladolid, Castilla y León (Espanha). A série, que foi produzida pela Movistar Plu
Photogenic/Pablo Requejo - Europa Press

Elena Trapé, Fernando Delgado-Hierro e o próprio Cámara dirigem essa história terna e crua que também conta com Carla Quílez no papel principal.

VALLADOLID, 31 out. (EUROPA PRESS) -

Jakarta" é a nova série criada pelo roteirista Diego San José, que desta vez é um road movie dramático no qual Javier Cámara se torna um ex-jogador de badminton que entrou em declínio como professor de educação física, um trabalho que lhe permitirá conhecer um jovem promissor desse esporte e embarcar em uma jornada para chegar à capital da Indonésia, o único lugar do mundo onde os profissionais desse esporte são realmente respeitados.

"É um tributo à derrota, aos perdedores. Um monumento que erguemos para defender aqueles que perdem sistematicamente. Sob a dúvida se perder é ainda mais honroso do que ganhar, o que para mim é", enfatizou o criador da série de produção original Movistar +.

Sob a premissa de que a derrota é "mais palatável", 'Jakarta', estreado como parte da 70ª edição da Semana Internacional de Cinema de Valladolid (Seminci), consiste em seis capítulos dirigidos por Elena Trapé, Fernando Delgado-Hierro e o próprio Javier Cámara, responsável por um capítulo.

A história narra o encontro casual de Joserra (Cámara), um ex-jogador olímpico de badminton, decadente e recém-divorciado, que se tornou professor de educação física, e Mar (Quílez), uma adolescente muito parecida com ele, que demonstra habilidades excepcionais para esse esporte e que poderia ter a oportunidade de competir novamente no mais alto nível em Jacarta.

Depois de descobri-la em uma competição escolar, o professor e a aluna começam a treinar intensamente com o objetivo de chegar ao topo, para enfrentar uma jornada complicada que os levará a uma viagem reveladora por pensões inóspitas e centros esportivos decrépitos em cidades do interior.

UMA ABORDAGEM "SECA E CRUA

Depois de "Sua Majestade" e "Celeste", o ex-roteirista de "Ocho apellidos vascos" abandona a comédia para abordar o drama nessa história terna em que os protagonistas deixam de ser simples estranhos e encontram um no outro um apoio inesperado para seguir em frente.

San José explicou que essa mudança se deve a um processo de "evolução" derivado da série 'Vota Juan' - na qual ele também trabalha com Cámara -, que em sua parte final levou a equipe a um território "muito sombrio".

"Comecei a perceber que, das comédias que escrevi, a cena de que eu mais gostava era aquela em que não havia piadas, porque o personagem percebe que tudo está errado. Eu me sentia muito confortável escrevendo essa cena. De repente, o que pensei foi: vamos deixar esse tipo de emoção", explicou, para enfatizar que adora comédia e que voltará a esse gênero, mas nele as "emoções são menores".

O criador decidiu, portanto, "parar de pagar a dívida das piadas" e mergulhar no interior dos personagens apresentados em 'Jakarta', em cujas filmagens tentaram manter a proposta como uma "carta" escrita de um "lugar cinzento e triste".

Dessa forma, San José construiu um "road movie seco e cru" que se aproxima das cidades secundárias das províncias "que nunca são fotografadas" nos audiovisuais, como apontou Javier Cámara.

A proposta, portanto, expõe uma "Espanha profunda que não é contada com tanta frequência", na qual se situam os personagens, um "Joserra sombrio, cheio de névoa, dor, raiva e vingança", que se cruza com uma "luz em seu caminho", Mar.

CÂMERA: "QUANTO MAIS NUA, MELHOR".

Cámara afirmou que, como ator e diretor, foi muito "satisfatório" ter a oportunidade de fazer uma "série tão ousada", na qual prevalece "algo muito cru". "A série é cheia de detalhes. E é verdade que quanto mais nu você pensa que está, mais assustador é, todos esses detalhes emergem", destacou.

Nesse contexto, ele afirmou que em sua idade, 58 anos, em seu trabalho ele precisa ser "quanto mais nu, melhor", depois de ter "se julgado muito" quando tinha 30 ou 40 anos. É preciso ser generoso, é preciso se doar", acrescentou.

Ele continuou dizendo que a série está comprometida com uma estética distante do onírico, com personagens que "não são fáceis", disse ele, acrescentando que, como diretor, ele "copiou" o trabalho de Trapé.

Precisamente, o diretor acrescentou que eles estão "felizes" com essa nova proposta que "dói" de ser vista por causa da "dor dos personagens". "Tentamos nunca exagerar nas cenas, nem em algo absurdo que nos leve ao cômico, nem em algo muito dramatizado, como se fosse dramático demais em termos de tristeza ou dor", explicou.

Por sua vez, a atriz Carla Quílez - Concha de Prata no Festival de San Sebastián por 'La maternal' (2022) - enfatizou a "escuridão" dos protagonistas e destacou que, no caso de Marc, ela é uma jovem com muita "raiva reprimida" que encontra no badminton uma forma de "desabafar".

"Conectei-me com a personagem porque eu também tinha essa necessidade", acrescentou, admitindo que estava "um pouco assustada" no início do projeto porque queria entender seu papel e captar suas nuances.

Após sua passagem pela Semana de Valladolid, os seis capítulos de 'Jakarta', que conta com a excepcional música de Lucas Vidal, estrearão no Movistar + na próxima quinta-feira, 6 de novembro.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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