Publicado 08/11/2025 06:07

A IU vê uma "mudança de humor" na esquerda e pede uma ampla frente eleitoral: "Não há tempo a perder".

Ele minimiza o "enésimo desinteresse" de Junts com sua "aparente ruptura" e defende a continuidade do governo mesmo que a PGE seja derrubada.

Archivo - Arquivo - O coordenador federal da IU, Antonio Maíllo, durante uma entrevista para a Europa Press, em 7 de agosto de 2025, em Madri (Espanha).
Ricardo Rubio - Europa Press - Arquivo

MADRID, 8 nov. (EUROPA PRESS) -

O coordenador federal da IU, Antonio Maíllo, detecta uma mudança de humor no eleitorado progressista com vistas ao próximo ciclo eleitoral e, portanto, conclama as outras forças da esquerda alternativa a acelerar o processo de criação de uma candidatura unida para as eleições gerais: "Não há tempo a perder".

Por outro lado, minimiza a relevância da "enésima desvinculação" da Junts com o seu anúncio de bloqueio da ação legislativa do Executivo, o que não compromete a continuidade do Governo, embora possa paralisar a aprovação de leis e do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2026.

Além disso, ele considera que os partidos pós-convergência estão apenas demonstrando uma "ruptura aparente", uma vez que estão cientes de que, se "abraçarem" o PP e o Vox em uma moção de censura, suas ameaças não passarão de "fogos de artifício".

É o que afirma o líder da IU no projeto de relatório político, ao qual a Europa Press teve acesso, que levará para o debate no Comitê de Coordenação Federal do partido que será realizado neste domingo.

Maíllo postula, como já fez em outras ocasiões, que o governo deve apresentar à PGE no Congresso propostas ambiciosas que "não podem ser rejeitadas" e que "enfraquecem aqueles que se opõem a elas". Mas, caso sejam derrotadas, ele argumenta que "isso não deve levar à dissolução das Cortes Gerais".

MOBILIZAÇÃO DA ESQUERDA E ELEIÇÃO DE CANDIDATOS POR PRIMÁRIAS

No documento, Maíllo faz alusão à necessidade de mobilizar a esquerda alternativa diante do novo ciclo eleitoral e, mais uma vez, defende uma frente ampla para as próximas eleições gerais, convocando todas as forças políticas e sociais a acelerar sua formação.

Como já havia feito em relatórios anteriores, Maíllo afirma que essa candidatura unida deve ser montada por meio de um programa comum "de cumprimento obrigatório", deve atrair pessoas que não sejam militantes das formações e seus referentes eleitorais devem ser eleitos em primárias.

"É hora de acelerar esse processo e há melhores condições para isso. Não há tempo a perder", argumenta Maíllo, que afirma que os partidos precisam ser "parte da solução" para que a esquerda tenha governos.

Na verdade, ele percebe uma "mudança de humor na esquerda espanhola", estimulada pelas mobilizações "maciças" contra o "genocídio" perpetrado por Israel em Gaza, a reação aos "ataques sistêmicos" da extrema direita contra a imigração e o feminismo e o descontentamento com a gestão das comunidades autônomas pelo PP.

O PARTIDO TAMBÉM DEFENDE A "COERÊNCIA" DA UI NAS ALIANÇAS E CRITICA O PODEMOS POR SEUS "JOGOS FRÍVOLOS".

Por exemplo, ele enfatiza que a mobilização social em apoio ao povo palestino e a "firmeza" da pressão da IU levaram à aprovação do decreto sobre o embargo de armas contra o país hebreu, em oposição aos "jogos frívolos de má política" e às operações "míopes" de outras formações, em uma reprovação implícita ao Podemos.

Em seguida, ele alude ao fato de que as eleições a serem realizadas em Extremadura, Castilla y León e Andaluzia são de "enorme importância para o caminho pelo qual o próximo ciclo eleitoral avançará".

Dessa forma, ele enfatiza que seu partido oferece "coerência" e "certeza" na política de alianças "amplas", uma vez que promove "candidaturas unitárias". Por exemplo, em Castilla y León e Andaluzia, ele enfatiza que essas coalizões estão abertas a novas incorporações, no que parece ser outra mensagem para o Podemos.

Precisamente, o partido roxo desafiou a IU a escolher entre Podemos ou Sumar no próximo ciclo eleitoral, rejeitando a fusão com o projeto criado por Yolanda Díaz, chamando-a de "fracasso total" e uma operação para destruí-los. O partido, pela boca de Maíllo, recusou-se a excluir Sumar e advertiu o Podemos de que não entraria nesse dilema.

O "EXPERIMENTO ELEITORAL" DE FEIJÓO NA CCAA PODE SER UM TIRO PELA CULATRA

No caso da Extremadura, Maíllo elogia o fato de a IU ter chegado a um acordo "substancialmente melhor" com o Podemos para revalidar a coalizão Unidas por Extremadura, da qual a Alianza Verde também participa, com vistas às eleições de 21 de dezembro nessa comunidade.

Dessa forma, ele explicou que a porcentagem de representantes da coalizão que lhes corresponde passou de 33% para 45%, além de uma "distribuição equilibrada de deputados e trabalhadores". "Revalidar Unidas por Extremadura era essencial", enfatizou Maíllo, indicando que essa coalizão já havia sido ratificada por sua federação.

Ele também afirma que a presidente da Junta, María Guardiola, que não está em sua melhor forma, cometeu um erro ao precipitar esse avanço eleitoral, já que sua "desculpa" de não poder aprovar orçamentos não se sustenta e só mostra que ela está se curvando à estratégia do líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, de medir forças contra o governo, usando as comunidades para seu "experimento eleitoral".

Com relação à Andaluzia, ele afirma que a crise sobre o exame de câncer de mama gerou uma "indignação" transversal que "não cessa" e um "choque de grande significado político", pois ele está convencido de que esse "escândalo" "atrasará o máximo possível" a convocação dessas eleições em 2026, ainda sem data.

Nessa região autônoma, ele argumenta que o "Por Andalucía", do qual a IU faz parte, é o espaço da esquerda unida e que pode canalizar, com outras forças, esse mal-estar se oferecer uma solução para a saúde pública andaluza. "A crítica ao funcionamento da saúde andaluza de forma niilista e sem maiores pretensões só favorecerá a Vox", adverte.

Com relação às eleições em Castilla y León, ele elogia o roteiro para a candidatura conjunta entre IU, Sumar e Verdes Equo, à qual "qualquer um pode aderir", como um espaço amplo para a esquerda alternativa. Ele também aprecia os "wickets" para disputar a hegemonia da direita, enfatiza que essa comunidade precisa de uma esquerda com representação política e também aprecia o desgaste do executivo regional do PP.

ELE VÊ POUCA PROBABILIDADE DE ELEIÇÕES NA COMUNIDADE VALENCIANA

Com relação à situação na Comunidade Valenciana, ele destaca que a gestão "criminosa, negligente e insensível" do governo do PP durante a dana também gerou "indignação" e uma "resposta social" sem precedentes, o que forçou a renúncia "adiada" do presidente interino, Carlos Mazón, que o PP abandonou devido a "cálculos eleitorais" para manter o Executivo.

"A única solução verdadeiramente democrática seria a convocação de eleições, mas o PP sabe que há um risco real de perder o poder e, por isso, está fazendo todo o possível para manter seu pacto com a Vox", diagnostica Maíllo, que acredita que haverá uma nova investidura com um substituto para Mazón, o que reafirmará os acordos entre o PP e a Vox.

Por fim, o líder da IU também está comprometido com o foco em iniciativas habitacionais e econômicas, com propostas de seu partido para implementar uma reforma tributária e convites para um debate sobre a implantação de um banco público, à luz da oferta de aquisição do Banco Sabadell pelo BBVA.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado