Europa Press/Contacto/Cecilia Fabiano
MADRID 7 dez. (EUROPA PRESS) -
O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, advertiu neste sábado que a recente Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos implica uma mudança radical na relação entre Washington e Bruxelas, assim como o fim acelerado das garantias de defesa concedidas depois de 1945, e pediu à Europa que reforce sua autonomia tecnológica, econômica e militar.
Crosetto enfatizou que, "há três anos, em reuniões privadas, reuniões ministeriais e entrevistas", eles vêm discutindo o que agora é uma realidade codificada, que "o relacionamento com a União Europeia mudará e as garantias de defesa pós-1945 expirarão rapidamente". Em sua opinião, essa mudança se deve principalmente ao baixo valor estratégico da UE no contexto da concorrência "cada vez mais difícil, complexa e dura" que os EUA estão enfrentando com a China.
"Trump simplesmente deixou claro que a UE é de pouca ou nenhuma utilidade para ele nessa competição. Porque ela não possui recursos naturais particularmente significativos ou úteis. Porque está perdendo a concorrência em inovação e tecnologia. Porque não tem poder militar", disse ele em uma declaração nas mídias sociais.
Nesse sentido, o ministro italiano destacou que esperava que a Casa Branca concedesse uma margem de mais dois ou três anos para realizar essas mudanças, mas que a transição - um processo que ele descreveu como "irreversível" - ocorreu mais rapidamente do que o esperado, após a chegada de Donald Trump.
Entre as razões apresentadas, Crosetto também destacou que, diante dos novos atores globais, a Europa é "pequena, lenta e velha".
No entanto, o ministro insistiu que o "problema" central não é a Europa em si, mas o foco da estratégia dos EUA, cujo único objetivo é "fortalecer os EUA em sua competição com a China".
Segundo ele, trata-se de uma "abordagem pragmática, sem sentimentalismo ou apego, utilitária e orientada exclusivamente para a supremacia econômica e tecnológica nos próximos anos, porque isso significa supremacia neste século".
Nesse contexto, Crosetto argumentou que as nações menores, como a Itália, devem tomar suas próprias decisões estratégicas para proteger seus recursos, tecnologia, economia e riqueza. "Não para exercer supremacia sobre ninguém, mas para garantir nosso futuro", disse ele.
Ele ressaltou que a Europa dependeu durante décadas da segurança fornecida "gratuitamente" pelos Estados Unidos e que agora é necessário fortalecer as alianças bilaterais em outras regiões - África, Golfo, Ásia, América do Sul e Austrália - para garantir a segurança econômica, energética e estratégica.
O Ministro da Defesa italiano defendeu a necessidade de uma abordagem europeia pragmática, rápida e coordenada em nível europeu. "Quanto mais formos, mais forte será nossa defesa e menos custará", argumentou ele, antes de ressaltar que as mudanças globais são de longo alcance e exigem que a Europa "veja, entenda e dirija o navio, como no mar durante uma tempestade".
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático