MADRID 10 dez. (EUROPA PRESS) -
O Instituto Nobel de Oslo confirmou nesta quarta-feira que a líder da oposição venezuelana María Corina Machado chegará à Noruega durante o dia de hoje, depois de ter declarado que não poderia receber o Prêmio Nobel da Paz que lhe foi outorgado, que seria recebido por sua filha, Ana Corina Sosa.
"A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, fez tudo o que estava ao seu alcance para chegar à cerimônia de hoje. Uma jornada em extremo perigo. Embora ela não possa comparecer à cerimônia e aos eventos de hoje, estamos muito felizes em confirmar que ela está segura e estará conosco em Oslo", disse a organização em um comunicado.
O Instituto Nobel em Oslo também divulgou uma gravação de uma conversa telefônica entre Machado e o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Jorgen Watne Frydnes, durante a qual ela elogia o papel das pessoas que "arriscaram suas vidas" para que ela pudesse deixar a Venezuela e viajar para a Noruega. "É um sinal do que esse reconhecimento significa para o povo venezuelano", disse ela.
"Antes de mais nada, em nome do povo venezuelano, quero agradecer mais uma vez ao Comitê Norueguês do Nobel por esse imenso reconhecimento da luta do nosso povo pela democracia e pela liberdade. Estamos muito emocionados e honrados e, por isso, é com muita tristeza que informo que não poderei chegar a tempo para a cerimônia", disse a líder da oposição, que enfatiza que está "a caminho de Oslo".
"Sei que há centenas de venezuelanos de diferentes partes do mundo que conseguiram chegar lá e agora estão em Oslo, assim como minha família, minha equipe e muitos colegas. Como este é um prêmio para todos os venezuelanos, acho que ele será bem recebido por eles. Assim que eu chegar, poderei abraçar toda a minha família e meus filhos, que não vejo há dois anos", enfatiza.
Ela reiterou sua gratidão por ter sido agraciada com o Prêmio Nobel da Paz 2025 e expressou seu desejo de ver Frydnes "muito em breve", que, durante a conversa, disse que o prêmio seria recebido por sua filha. "Faça uma boa viagem. Até breve", disse o presidente do Comitê Norueguês do Nobel.
Horas antes, o diretor do Instituto Nobel em Oslo, Krstian Berg Harpviken, havia observado que Machado não havia chegado à Noruega e "não estará no palco da Prefeitura de Oslo às 13 horas (horário local), quando começa a cerimônia". "Não sei onde ele está agora, e há boas razões para isso", disse ele, afirmando que a Venezuela é "um regime repressivo que está pronto para usar absolutamente todos os meios contra a oposição".
O Comitê Norueguês concedeu o Prêmio Nobel da Paz a Machado em 10 de outubro por seus "esforços incansáveis" para promover os direitos e as liberdades na Venezuela e para fomentar uma transição "justa e pacífica" da "ditadura para a democracia". O júri considerou que Machado, que foi descrita como "uma figura de unidade em uma oposição política outrora dividida", foi "forçada a viver escondida" e permanece na Venezuela, "uma decisão que inspirou milhões" de pessoas.
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