Publicado 03/07/2025 04:16

O Instituto Juan de Mariana adverte sobre uma "grande deterioração" da segurança jurídica na Espanha devido à gestão governamental

A ministra da Educação e Treinamento Vocacional e porta-voz da Espanha, Pilar Alegría (c), a ministra da Habitação e da Agenda Urbana, Isabel Rodríguez (l), e o ministro dos Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030, Pablo Bustinduy (r), fazem declarações.
Alejandro Martínez Vélez - Europa Press

A organização adverte que a "erosão" da qualidade institucional e democrática em nosso país reduz o investimento estrangeiro.

MADRID, 3 jul. (EUROPA PRESS) -

O Instituto Juan de Mariana (IJM) advertiu sobre uma "preocupante deterioração" da segurança jurídica na Espanha como resultado de decisões políticas tomadas pelo governo, como a "politização" de instituições como o Tribunal Constitucional, o uso "excessivo" de decretos-lei reais ou a "crescente imprevisibilidade das regulamentações".

É o que aponta o IJM em seu 'Índice de Segurança Jurídica 2025', uma medida que combina dez variáveis de fontes internacionais, como o Banco Mundial, o Índice de Democracia da revista 'The Economist', o Índice de Liberdade Humana do World Justice Project (WJP) ou o Índice Internacional de Direitos de Propriedade do Instituto de Estudos Econômicos.

O relatório coloca a Espanha na 20ª posição de um total de 27 países da União Europeia, com uma pontuação geral de 6,5 pontos em 10, o que, de acordo com o IJM, "reflete uma situação institucional muito deficiente que está claramente distante das democracias europeias mais sólidas".

A pontuação da Espanha é obtida pela decomposição de diferentes variáveis para o bom funcionamento da democracia e de suas instituições, como a ausência de corrupção, entendida como a percepção e o controle de práticas impróprias; a eficácia do governo na implementação de políticas públicas; o respeito às leis e aos direitos fundamentais; e a qualidade regulatória para favorecer a iniciativa privada e a concorrência.

Também mede o funcionamento do sistema de justiça, incluindo aspectos civis, criminais e processuais; a limitação do poder do governo e seus contrapesos; a qualidade democrática em termos de pluralismo, liberdades e controles; os direitos de propriedade; a previsibilidade da tributação e o cumprimento das decisões de tribunais internacionais.

Com base nessas variáveis, que o Instituto Juan de Mariana compilou a partir de relatórios internacionais, foi elaborada uma nova escala que mostra que, de 2000 até hoje, "a Espanha tem seguido uma trajetória descendente no Índice de Segurança Jurídica".

"Depois de atingir um pico de 7,9 pontos há 22 anos, o Reino sofreu uma deterioração sustentada que desacelerou de 2014 a 2019, para entrar novamente em uma fase de declínio desde então", diz a organização, que garante que "a chegada de Pedro Sánchez à presidência coincide com as piores pontuações históricas para a segurança jurídica na Espanha".

A EROSÃO INSTITUCIONAL DESESTIMULA O INVESTIMENTO ESTRANGEIRO

Entre as áreas que contribuem para essa "piora" estão o "aumento da imprevisibilidade regulatória", "frequentes alterações legislativas sem avaliação de impacto suficiente", "complexidade regulatória excessiva", bem como "falta de transparência nos processos administrativos" e "falta de estabilidade na tributação".

De acordo com o relatório, esses fatores "aumentam a incerteza para empresas e cidadãos, dificultando o planejamento de médio e longo prazo e a tomada de decisões econômicas".

A "deterioração institucional" também é influenciada pela "incerteza regulatória", litígios tributários, "a crescente politização de instituições importantes", como o Tribunal Constitucional, e "o uso excessivo de decretos-lei reais".

"O retrocesso na segurança jurídica tem repercussões diretas e visíveis na esfera econômica, especialmente a queda no investimento estrangeiro direto líquido observada em 2024. Esse investimento caiu 5% em relação ao ano anterior, chegando a 22.757 milhões de euros, um valor consideravelmente menor do que nos anos anteriores", explica o Instituto Juan de Mariana.

Esse instituto, que concedeu um prêmio em 2024 ao presidente da Argentina, Javier Milei, argumentou que os níveis de investimento registrados "na Era Sánchez" estão cerca de "50% abaixo dos níveis herdados pela atual administração em 2018", quando ocorreu a moção de censura que destituiu Mariano Rajoy como chefe de governo.

Ele também apontou que "a crescente percepção de incerteza e risco regulatório na Espanha" levou os investidores internacionais a repensar suas decisões de investimento, porque acumulou mais advertências de tribunais internacionais do que "regimes como a Venezuela ou a Rússia".

RELAÇÃO ENTRE SEGURANÇA JURÍDICA E RENDA PER CAPITA

A análise do Instituto Juan de Mariana sustenta que há uma estreita relação entre segurança jurídica e renda per capita, sendo que os países com maior segurança jurídica têm os mais altos níveis de prosperidade econômica.

Por exemplo, as economias mais desenvolvidas, como Dinamarca, Finlândia e Luxemburgo, lideram a classificação do Índice de Segurança Jurídica elaborado pelo IJM e, ao mesmo tempo, registram os níveis mais altos de renda per capita na União Europeia.

"Isso corrobora a hipótese de que uma maior qualidade institucional e um grau mais alto de estabilidade regulatória contribuem decisivamente para gerar condições favoráveis ao crescimento econômico e atrair investimentos", explica a organização.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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