MADRID 16 abr. (EUROPA PRESS) -
O voto hispânico "não foi decisivo" para que o magnata republicano Donald Trump vencesse as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, segundo um estudo do Observatório da Língua Espanhola e das Culturas Hispânicas do Instituto Cervantes de Harvard, que examinou pesquisas e dados do censo para traçar um panorama do impacto nas urnas da maior minoria do país norte-americano.
A comunidade latina nos Estados Unidos compreende 65 milhões de pessoas, quase 20% do total. Desse total, 36,2 milhões de hispânicos estavam aptos a votar nas últimas eleições, o equivalente a 14,7% do eleitorado, um número sem precedentes.
O estudo dos pesquisadores Bruno Vega Hübner e Francisco Javier Pueyo Mena conclui que a influência de Trump não foi fundamental em nenhum dos sete estados decisivos, nem mesmo nos três com as maiores populações hispânicas: Califórnia, Flórida e Texas. Na Flórida, Trump teria vencido mesmo que nenhum latino tivesse votado, diz o relatório.
Os autores do estudo enfatizam que as descobertas dos últimos meses "contrastam fortemente com a narrativa predominante da opinião pública" e com a "atenção sem precedentes da mídia" que a comunidade latina recebeu durante a campanha e no dia da eleição.
Os pesquisadores desaconselham "generalizações", já que o voto hispânico não é homogêneo, mas concluem que essa comunidade continua inclinada para o Partido Democrata, apesar de haver uma "redistribuição significativa" que pode acabar beneficiando os republicanos.
Em termos das questões que mobilizam esse eleitorado, as questões que estão na linha de frente do debate político atual incluem imigração, deportações e crime, mas a economia familiar se destaca acima de todas as outras. Entre aqueles que acreditam que sua situação econômica é ruim, muitos "estão esperançosos de que as políticas de Trump terão um impacto positivo em suas finanças pessoais e bem-estar".
Entretanto, nem todos os membros dessa comunidade entendem ou respondem igualmente a essas mesmas questões. Por idade e gênero, a maior proporção de hispânicos que apoiam o Partido Republicano está concentrada entre aqueles com mais de 50 anos e entre os homens.
As tendências políticas também variam de acordo com o idioma falado em casa, sendo que as famílias bilíngues ou que falam principalmente espanhol tendem a votar nos democratas, enquanto as famílias que falam inglês tendem a votar nos republicanos.
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