Publicado 11/04/2025 06:40

HRW acusa EUA e El Salvador de "detenções arbitrárias" e "desaparecimentos forçados" de venezuelanos

Archivo - Arquivo - Migrantes venezuelanos à espera de ajuda humanitária.
OIM/GEMA CORTÉS - Archivo

As autoridades dos EUA reconhecem que alguns dos deportados não têm registro criminal nos EUA.

MADRID, 11 abr. (EUROPA PRESS) -

A Human Rights Watch (HRW) acusou na sexta-feira os governos dos Estados Unidos e de El Salvador de "detenções arbitrárias" e atos de "desaparecimento forçado" contra mais de 200 cidadãos venezuelanos, que muitas vezes são mantidos incomunicáveis depois de serem transferidos para o território salvadorenho como parte da dura política de imigração dos Estados Unidos.

Denunciou que 238 venezuelanos foram imediatamente transferidos para o Centro de Confinamento de Terrorismo (CECOT), uma prisão conhecida por suas "condições abusivas", e apontou que as autoridades de ambos os países "nem sequer divulgaram a lista oficial de pessoas que foram transferidas" para essas instalações.

"Esses desaparecimentos forçados constituem uma grave violação do direito internacional", disse Juanita Goebertus, diretora da Divisão das Américas da Human Rights Watch. "A crueldade dos governos dos EUA e de El Salvador deixou essas pessoas fora da proteção da lei e causou imensa dor às suas famílias", disse ela.

Em um comunicado, a organização pediu às autoridades dos EUA que tornem pública a identidade dos venezuelanos que foram transferidos para El Salvador. "O governo salvadorenho deve confirmar o paradeiro específico dos detidos, revelar se há alguma base legal para sua detenção e permitir que eles tenham contato com o mundo exterior.

Além disso, ele alertou que os parentes desses cidadãos garantiram que as autoridades norte-americanas os informaram que eles haviam sido transferidos para a Venezuela e não para El Salvador. Essas transferências fazem parte da aplicação pelo governo de Donald Trump da Lei de Inimigos Estrangeiros, supostamente aplicada a membros do Trem de Aragua, uma organização criminosa venezuelana.

No entanto, o governo dos EUA não apresentou provas suficientes para estabelecer uma ligação entre os deportados e o grupo. Um funcionário do Immigration and Customs Enforcement (ICE) reconheceu à HRW que "muitos" dos deportados para El Salvador "não têm registros criminais nos EUA".

Além disso, a ONG advertiu que o governo salvadorenho não apresentou "nenhuma base legal" para a detenção dos deportados venezuelanos e não ofereceu nenhuma indicação da data prevista para sua libertação, se houver. "Sua detenção parece ser totalmente arbitrária e potencialmente indefinida, uma grave violação das obrigações de direitos humanos de El Salvador", afirmou.

"Ninguém deve ser colocado na posição de ter que juntar fragmentos de informações da mídia ou interpretar o silêncio das autoridades para descobrir onde seus parentes estão sendo mantidos", disse Goebertus, que enfatizou que as autoridades salvadorenhas "devem divulgar urgentemente os nomes e a localização de todos os detentos transferidos dos EUA e permitir que eles entrem em contato com suas famílias".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador