MADRID, 17 nov. (EUROPA PRESS) -
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) expressou sua rejeição à Resolução 2803 aprovada na segunda-feira pelo Conselho de Segurança da ONU e criticou em particular a implantação planejada de uma força multinacional na Faixa de Gaza, de acordo com o plano de paz promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
"Atribuir tarefas e funções a uma força internacional dentro da Faixa de Gaza, incluindo o desarmamento da resistência, tira sua neutralidade e a torna parte do conflito em nome da ocupação", disse o grupo palestino em um comunicado.
O Hamas rejeitou um eventual desarmamento porque "as armas da resistência estão ligadas à existência da ocupação" e argumenta que ela só poderia se desarmar em um "processo político que garanta o fim da ocupação, o estabelecimento de um Estado e a autodeterminação".
O Hamas considera que essa iniciativa "impõe um mecanismo para atingir os objetivos que a ocupação (israelense) não conseguiu atingir por meio de sua brutal guerra de extermínio" e adverte que "resistir à ocupação por todos os meios é um direito legítimo garantido pelas leis e convenções internacionais".
Além disso, enfatiza que a nova resolução do Conselho de Segurança "não atende às demandas e aos direitos políticos e humanitários do nosso povo palestino" e lembra que "os efeitos e as repercussões dessa guerra persistem até hoje, apesar do fim declarado da guerra de acordo com o plano do presidente Trump".
Por isso, pede a desvinculação da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza da "politização, chantagem ou mecanismos complexos" diante da "catástrofe humanitária sem precedentes criada pela ocupação".
O Hamas também lamenta que essa resolução "separe a Faixa de Gaza do resto dos territórios palestinos e tente impor uma nova realidade" e defende a necessidade de criar um Estado palestino com Jerusalém como capital.
A Resolução 2803 foi aprovada no Conselho de Segurança por iniciativa dos Estados Unidos com treze votos a favor, duas abstenções - China e Rússia - e nenhum voto contra.
O chamado Plano Abrangente de 20 pontos de Trump para acabar com o conflito de Gaza, agora uma resolução do Conselho de Segurança, inclui a criação de um Conselho de Paz, a ser presidido pelo próprio Trump, que terá a palavra final sobre questões relacionadas ao governo da Faixa de Gaza, que é administrado por tecnocratas palestinos.
Também prevê a criação de uma Força Internacional de Estabilização de 20.000 pessoas para permitir o progresso em direção às próximas fases do plano de paz, que, em última análise, prevê a retirada das forças israelenses de Gaza e a possível criação de um Estado palestino.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático