MADRID, 23 nov. (EUROPA PRESS) -
O movimento islâmico palestino Hamas advertiu que o cessar-fogo em Gaza corre o sério risco de ser rompido diante dos ataques israelenses que deixaram pelo menos 24 pessoas mortas nas últimas horas e enviou uma delegação de alto nível ao Cairo para discutir a situação com mediadores internacionais.
O exército israelense confirmou na mídia social, no sábado, uma série de bombardeios contra oficiais do alto escalão do Hamas em resposta a incursões e atividades nas proximidades ou além da "Linha Amarela" que marca as posições atuais do exército na Faixa de Gaza. O mais grave deles ocorreu no oeste da Cidade de Gaza, quando um projétil israelense atingiu um veículo e explodiu, matando cinco pessoas no bairro de Al Rimal.
Israel, por outro lado, alegou que se tratava de uma operação contra um indivíduo identificado como Alaa Hadidi, um membro sênior da ala de suprimentos e fabricação de armas da milícia do Hamas, que não comentou o ataque.
Nesse contexto, o Hamas emitiu uma declaração denunciando "violações sionistas sistemáticas do acordo de cessar-fogo" acordado em 10 de outubro e que, desde então, "resultaram no martírio de centenas de pessoas devido a ataques contínuos e assassinatos sob pretextos fabricados, e também levaram a mudanças nas linhas de retirada, violando os mapas acordados".
"As forças de ocupação continuam a violar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza por meio de uma série de ataques a áreas no norte, no centro e no sul, que estão custando a vida de seus residentes", acrescentou o Hamas, antes de pedir à mediação internacional que intervenha com urgência para pressionar Israel a pôr fim a esses ataques.
Nesse contexto, fontes do diário saudita Al Hadath confirmaram a chegada de uma delegação do Hamas à capital egípcia para discutir a situação com autoridades da inteligência egípcia e representantes da "troika" internacional de mediadores - Egito, Catar e Estados Unidos - para discutir "maneiras de conter essa escalada" e abordar de uma vez por todas uma segunda fase de transição no plano dos EUA para traçar o futuro de Gaza enquanto se espera que as milícias palestinas encontrem os restos mortais dos últimos três reféns israelenses a serem entregues.
NETANYAHU CULPA O HAMAS PELAS VIOLAÇÕES DO CESSAR-FOGO
Em sua apresentação semanal perante seu gabinete, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu os ataques de seus militares e acusou as milícias do Hamas de violarem o cessar-fogo com suas incursões.
"Desde o cessar-fogo, o Hamas continua a violá-lo, e estamos agindo de acordo. Houve várias tentativas de penetrar em nosso território além da Linha Amarela e tentar ferir nossos soldados", explicou o primeiro-ministro.
"Essas incursões foram frustradas com grande força e eliminamos e capturamos vários terroristas, especialmente na área ao sul de Rafah", disse ele, antes de afirmar a independência dessas operações em meio às negociações do plano de paz dos EUA.
"Tudo o que eles dizem que 'precisamos obter aprovação para isso' de um lado ou de outro é simplesmente uma mentira. Nós operamos com total independência", afirmou Netanyahu. "E as respostas passam pelo ministro da Defesa e, finalmente, chegam a mim, e decidimos independentemente de qualquer um dos lados, porque é assim que deve ser.
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