Publicado 01/07/2025 06:24

Hamas diz que está aberto a se reunir com mediadores de Gaza, mas nega que as reuniões estejam planejadas

30 de junho de 2025, Territórios Palestinos, Gaza: Palestinos inspecionam as ruínas da Escola Al-Falah no bairro de Zaytoun, na Cidade de Gaza, depois que ela foi atingida por um ataque israelense. A escola, que abrigava famílias desabrigadas, sofreu gran
Omar Ashtawy/APA Images via ZUMA / DPA

Grupo diz que Israel "não está falando sério" sobre chegar a um acordo "para acabar com a agressão e a guerra"

MADRID, 1 jul. (EUROPA PRESS) -

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) expressou sua vontade de realizar uma reunião com os países que exercem o trabalho de mediação para tentar alcançar um novo cessar-fogo na Faixa de Gaza, sujeito a uma ofensiva militar de Israel após os ataques de 7 de outubro de 2023, embora tenha especificado que, por enquanto, não há nenhuma reunião planejada.

"Os contatos com os mediadores não pararam e não temos objeções a uma reunião", disse Taher al-Nunu, conselheiro sênior do grupo. "No entanto, não há acordo para uma nova reunião no momento e não achamos que a ocupação - referindo-se a Israel - esteja falando sério sobre chegar a um acordo para acabar com a agressão e a guerra", acrescentou.

Al Nunu especificou em uma entrevista ao diário egípcio 'Al Shorouk' que "os mediadores no momento são apenas os irmãos do Egito e do Qatar", deixando de lado os Estados Unidos, argumentando que "não há dúvida sobre a coordenação total entre os Estados Unidos e Israel em todos os aspectos, especialmente porque abrange as necessidades logísticas para concluir a guerra".

"Eles até mesmo dão cobertura política em todos os fóruns internacionais, especialmente com seu veto no Conselho de Segurança", explicou, referindo-se aos Estados Unidos, antes de enfatizar que o Hamas considera Washington "o único partido capaz de forçar Netanyahu (o primeiro-ministro israelense Benjamin) a acabar com a guerra, caso ele queira fazê-lo, o que foi demonstrado pela experiência da guerra com o Irã".

Ele também argumentou que o Hamas "tem levado a sério desde o início a possibilidade de chegar a um acordo que inclua quatro pontos: um cessar-fogo, a retirada (das tropas israelenses) de Gaza, a entrega de ajuda e reconstrução e uma troca de prisioneiros", referindo-se a uma libertação dos sequestrados durante os ataques de 7 de outubro de 2023 em troca de palestinos mantidos em prisões israelenses.

"O inimigo não tem intenção de parar a guerra. Ele quer os prisioneiros (reféns) e depois retorna à sua guerra de agressão. Ele não quer um cessar-fogo, porque Netanyahu sabe que isso significaria o fim de seu futuro político e o colapso de seu governo", argumentou Al Nunu, que acusou Israel de apresentar modificações inaceitáveis à proposta do enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Ele lembrou que o Hamas "aceitou" o documento de Witkoff, após o que o grupo "recebeu emendas da ocupação que minaram totalmente o documento e o transformaram em outra coisa". "É por isso que rejeitamos as emendas israelenses, que removeram qualquer conteúdo positivo do documento. Os mediadores estão cientes disso", enfatizou.

"As tentativas de Netanyahu de dobrar a mão do Hamas são flagrantes e bem conhecidas, e a sociedade israelense está ciente disso. Ele não quer resolver a questão dos prisioneiros, não quer uma retirada (de suas tropas) e não quer um cessar-fogo, já que essa é a justificativa para sua presença no poder", reiterou Al Nunu, que insistiu que o mais importante para o Hamas é que o acordo contemple "o fim da guerra".

"Queremos claramente um fim permanente para a guerra e a agressão. Se essa cláusula ou algo que leve a ela estiver disponível, estaremos prontos", disse ele, enfatizando que o Hamas quer um fluxo garantido de ajuda humanitária "em quantidade suficiente" para lidar com a grave crise humanitária na Faixa devido à ofensiva e ao bloqueio israelense à entrada de mercadorias no enclave.

O problema é que não há decisão ou vontade política por parte da ocupação para acabar com a guerra", disse ele. "O problema não é a resistência. O problema é a continuação da ocupação. Quando a ocupação acabar, não haverá necessidade de resistência", disse ele, referindo-se às exigências do Hamas para o desmantelamento do Hamas a fim de dar esse passo e acabar com o conflito.

A ofensiva contra Gaza, lançada em resposta aos ataques de 7 de outubro de 2023 - que deixaram cerca de 1.200 pessoas mortas e cerca de 250 sequestradas, de acordo com o governo israelense - deixou até agora mais de 56.500 palestinos mortos, conforme denunciaram as autoridades do enclave palestino, embora se tema que o número possa ser maior.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador