A Autoridade Palestina pede que Israel implemente a decisão: "É a única maneira de acabar com o sofrimento do povo palestino".
MADRID, 22 out. (EUROPA PRESS) -
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) aplaudiu nesta terça-feira a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), na qual se destacou que Israel "tem a obrigação" de "acessar e facilitar" a distribuição de ajuda à população palestina da Faixa de Gaza e apontou a falta de "provas" que sustentem as acusações de vínculos entre a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) e a milícia.
"Congratulamo-nos com a opinião consultiva emitida hoje pela CIJ, que refutou as falsas acusações da entidade de ocupação sionista contra a UNRWA, ao mesmo tempo em que afirmou o papel humanitário vital desempenhado pela agência, juntamente com outras agências da ONU, no fornecimento de ajuda ao povo palestino na Faixa de Gaza", diz uma declaração divulgada pelo diário 'Philastin', afiliado ao grupo.
O Hamas ressaltou que a decisão do mais alto órgão judicial da ONU menciona a proibição do uso da fome como arma de guerra e, portanto, "confirma" que Israel, "que deliberadamente priva os palestinos de alimentos, está cometendo uma forma de genocídio". Ele também enfatizou que as autoridades israelenses "devem se abster" de "legitimar os assentamentos nos territórios palestinos ocupados".
"A ênfase do tribunal na necessidade de a ocupação atender às necessidades humanitárias urgentes do povo palestino em Gaza é um claro apelo à comunidade internacional para que tome medidas imediatas para garantir a entrada de ajuda humanitária e evitar sua politização ou uso como ferramenta de pressão pela ocupação", disse.
AUTORIDADE PALESTINA PEDE A IMPLEMENTAÇÃO DA DECISÃO
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina saudou a "decisão histórica" da CIJ de que Israel bloqueou a ajuda humanitária à população civil de Gaza, violando suas obrigações como potência ocupante e membro das Nações Unidas, e disse que a ajuda limitada que as autoridades israelenses permitiram "não aliviou a situação catastrófica" no enclave.
"O Estado da Palestina pede que Israel - o ocupante ilegal - e todos os estados e a comunidade internacional em geral cumpram suas obrigações legais e implementem a decisão da Corte, bem como as anteriores. A adesão a essas opiniões consultivas e ao direito internacional é a única maneira de acabar com o sofrimento do povo palestino e alcançar a paz e a segurança na região e em todo o mundo", disse.
A pasta diplomática enfatizou que essa decisão "deixa bem claro que Israel deve cessar essas políticas ilegais e que os Estados têm a obrigação de pressionar Israel a cumprir suas obrigações nesse sentido". "Israel deve suspender imediatamente a proibição ilegal da UNRWA e permitir que todas as outras organizações internacionais convidadas pelos palestinos operem livremente e com segurança em Gaza e no restante do território palestino ocupado", insistiu.
O tribunal disse, em resposta a uma consulta da Assembleia Geral da ONU, que Israel, como potência ocupante, "tem a obrigação de atender às necessidades da população local, incluindo a entrega de bens essenciais vitais para seu bem-estar", e observou que "a livre circulação do pessoal da ONU na área para a entrega dessa ajuda também deve ser respeitada por Israel".
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