Publicado 16/09/2025 14:37

Guterres diz que Israel "está disposto a ir até o fim" e não está interessado em negociações

16 de setembro de 2025, Nova York, Nova York, EUA: O Secretário-Geral da ONU, ANTONIO GUTERRES, informa e responde a perguntas da imprensa após a primeira semana da AGNU80, diz que as finanças dominarão a Semana de Alto Nível enquanto as crises em Gaza, U
Europa Press/Contacto/Bianca Otero

Alerta sobre "destruição sistemática" na Cidade de Gaza

MADRID, 16 set. (EUROPA PRESS) -

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse nesta terça-feira que Israel está disposto a ir "até o fim" e que não está interessado em negociações para chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza que também permita a libertação dos reféns mantidos pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).

"Parece que Israel está determinado a ir até o fim (...) Com o ataque no Qatar, não parece que Israel esteja interessado em negociações sérias para um cessar-fogo e a libertação dos reféns", disse ele durante uma coletiva de imprensa em Nova York, acrescentando que isso terá "consequências dramáticas" do ponto de vista israelense, pois não permitirá que os reféns sejam libertados.

Guterres também reconheceu que a ONU não tem a capacidade de pressionar por uma força internacional para proteger os civis no enclave palestino, pois tal iniciativa seria rejeitada por Israel e pelos EUA. "Não temos as ferramentas para estabelecer uma proteção eficaz para os civis, já que 400 de nossos funcionários foram mortos", disse ele.

Por outro lado, ele alertou que está ocorrendo uma "destruição sistemática" da Cidade de Gaza. "Estamos testemunhando mortes em massa de civis de uma forma que não me lembro de ter visto em nenhum conflito desde que sou secretário-geral", disse ele.

Ele também enfatizou que há "obstáculos drásticos na distribuição de ajuda humanitária". "Em um determinado momento, ela parou completamente, o que faz com que o povo palestino esteja sofrendo uma situação terrível de fome, sem acesso a qualquer tipo de assistência médica, com deslocamento contínuo e o risco iminente de perder a vida", disse ele.

SOBRE O GENOCÍDIO EM GAZA

Com relação à comissão de inquérito da ONU, que concluiu que Israel cometeu genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza, ele enfatizou que "não tem competência para determinar legalmente" se é genocídio ou não.

"Isso não significa que eu não considere horrendo o que está acontecendo em Gaza após os terríveis ataques do Hamas em outubro, há dois anos", disse ele, acrescentando em outro momento da coletiva de imprensa que "a história se lembrará dos 400 membros da ONU que morreram em Gaza" e dos esforços feitos para "denunciar as constantes violações da lei internacional".

"A paralisia do Conselho de Segurança é uma fonte de impunidade que prejudica nosso trabalho. Mas é preciso deixar claro: não se trata das Nações Unidas. São os Estados membros que, divididos, impedem que a ONU funcione adequadamente", disse ele.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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