"Forçar as pessoas a passarem fome ou serem mortas a tiros não é uma resposta humanitária, alertam as organizações
MADRID, 1 jul. (EUROPA PRESS) -
Mais de uma centena de ONGs uniram suas vozes para pedir o fim do "cerco sufocante" exercido por Israel na Faixa de Gaza e a recuperação de um sistema de ajuda humanitária liderado pela ONU para substituir o atual protocolo de distribuição, que obriga a população a ir para zonas militarizadas saturadas, onde correm o risco de perder a vida, em muitos casos vítimas de tiros disparados pelas forças israelenses.
"Forçar as pessoas a passar fome ou a serem mortas a tiros não é uma resposta humanitária", diz a mensagem assinada por organizações como a Anistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras (MSF), Médicos do Mundo, Save the Children, Oxfam e o Conselho Norueguês de Refugiados (NRC), entre outras, e na qual pedem à comunidade internacional que não seja "cúmplice" no financiamento de programas de ajuda que possam violar o direito internacional.
Nesse sentido, eles pediram para não forçar os habitantes de Gaza a um "dilema impossível", no qual eles têm que escolher entre "morrer de fome ou correr o risco de serem alvejados enquanto tentam desesperadamente conseguir comida para alimentar suas famílias". As autoridades locais estimam que mais de 500 pessoas tenham morrido em um dos quatro pontos de distribuição estabelecidos sob o novo sistema, que foi abertamente contestado pela ONU.
Durante o cessar-fogo que Israel rompeu em março, cerca de 400 pontos de distribuição estavam ativos, mas a "alternativa letal" promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu e endossada pelos EUA "não protege a população civil nem atende às necessidades básicas", de acordo com as ONGs. Muitas famílias admitem que estão fracas demais para "competir" por rações de alimentos e as que recebem ajuda podem receber itens que são quase impossíveis de cozinhar em um território quase sem água limpa ou combustível.
As organizações que endossam o apelo pedem, em vez disso, o retorno de um mecanismo de coordenação unificado baseado na lei humanitária internacional, incluindo, por exemplo, a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA). "Não se pode mais permitir que essa normalização do sofrimento continue", enfatizam.
A mensagem também inclui um apelo "urgente" para que um cessar-fogo "imediato e sustentado" seja reimplantado, para facilitar a assistência humanitária "em larga escala" e para permitir a responsabilização pelas "atrocidades" e pela "impunidade generalizada". Eles também pedem a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas e a libertação de todas as pessoas detidas "arbitrariamente" em Israel.
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