Publicado 16/12/2025 22:52

O governo venezuelano acusa a ONU de "se alinhar" com determinados países após críticas sobre sua opacidade.

Archivo - Arquivo - 16 de janeiro de 2025, Beirute, Beirute, Líbano: O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, fala aos jornalistas durante uma coletiva de imprensa para concluir uma visita de dois dias à Síria e ao Líbano
Europa Press/Contacto/Marwan Naamani - Arquivo

O Escritório de Direitos Humanos da ONU confirma que não tem "nenhuma equipe" no país latino-americano.

MADRID, 17 dez. (EUROPA PRESS) -

O governo venezuelano acusou nesta terça-feira a ONU de tentar "se alinhar" com os países que mais contribuem para seu financiamento em detrimento da defesa "autêntica" dos direitos humanos, depois que o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Volker Turk, criticou a opacidade dos decretos de Nicolás Maduro sobre o estado de comoção externa no país latino-americano.

"A falta de credibilidade do suposto relatório do Alto Comissário sobre a Venezuela revela um preocupante distanciamento do sistema da ONU da defesa genuína dos direitos humanos para se alinhar mais aos interesses de potências que condicionam seu financiamento em troca de favores políticos, colocando em risco os princípios fundamentais estabelecidos na Carta da ONU", disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil.

Em uma declaração divulgada por meio de sua conta no Telegram, o diplomata rejeitou "veementemente" as declarações de Turk no que ele defendeu como um "dever moral".

Gil denunciou que o funcionário da ONU, "ao mesmo tempo em que ignora o ataque dos Estados Unidos a um navio que transporta petróleo venezuelano, produz um relatório cheio de falácias que se soma aos ataques contra nosso país". "Essa situação não apenas mina a credibilidade da ONU, mas também questiona seu compromisso com a justiça e a equidade na arena internacional", concluiu o ministro.

Essas declarações foram feitas depois que o advogado austríaco criticou o fato de que o conteúdo dos recentes decretos aprovados por Maduro sobre o estado de comoção externa permanece inédito, de modo que essa opacidade "os protege do escrutínio e impede qualquer avaliação de sua compatibilidade com o direito internacional".

O estado de comoção externa está previsto no artigo 338 da Constituição venezuelana e é decretado no caso de um conflito externo que ponha em risco a segurança da nação, de seus cidadãos ou de suas instituições.

Especificamente, a medida concede ao governo poderes extraordinários para mobilizar tropas, restringir os direitos civis e controlar a mídia. Caracas justificou a medida em face das tensões na região sobre as operações militares dos EUA nas águas do Caribe contra o tráfico de drogas e a possível intervenção de Washington no território venezuelano.

Turk expressou preocupação com "o impacto que a intensificação da pressão militar dos EUA terá sobre os direitos humanos" e reiterou seu apelo aos EUA para que "usem métodos estabelecidos de aplicação da lei para combater o grave problema do tráfico de drogas ilícitas".

Por outro lado, ele anunciou que "não tenho mais nenhum funcionário ou equipe internacional no país latino-americano" e garantiu que "fizemos todos os esforços possíveis" para continuar operando na Venezuela, "solicitando vistos e conversando com as autoridades, mas sem sucesso".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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