Matias Chiofalo - Europa Press
MADRID 25 nov. (EUROPA PRESS) -
O governo propôs "abrir um debate" para atualizar a Constituição e imitar outros países europeus, de modo que a exibição de símbolos da ditadura de Francisco Franco, como o hino da Falange, o Cara al Sol, a saudação fascista ou a bandeira espanhola durante a era franquista, seja proibida na Espanha.
Foi o que disse o diretor de Política Territorial e Memória Democrática, Ángel Víctor Torres, durante a coletiva de imprensa após o Conselho de Ministros, quando questionado sobre a manifestação deste fim de semana de 700 simpatizantes da Falange nas ruas de Madri, onde foram ouvidos e vistos cantos e símbolos a favor da ditadura de Franco.
"Sem dúvida, a avaliação do governo espanhol é que, justamente quando estamos comemorando 50 anos de liberdade e a recuperação dos direitos após a ditadura, essas manifestações com cantos do Cara al Sol e também com mensagens que lembram o fascismo, chocam-se absolutamente com o que é a defesa da democracia", lamentou.
Torres lembrou que essa manifestação - que foi inicialmente suspensa pela Delegação do Governo e Madri e finalmente autorizada pelo Tribunal Superior de Justiça de Madri (TSJM) - se enquadra "no âmbito da liberdade de expressão", que está "amplamente estabelecida" em nossa estrutura constitucional.
"Talvez devêssemos também iniciar um debate sereno sobre a atualização dessa Constituição, porque em outros países europeus essas manifestações não são possíveis", disse ele, aludindo ao fato de que em outros países, como Itália e Alemanha, a propagação de símbolos nazistas ou fascistas é proibida.
Sobre esse ponto, o ministro socialista elogiou a campanha do governo para marcar o 50º aniversário da morte de Franco com o slogan "A democracia é o seu poder", que nos lembra que em uma sociedade democrática "você pode ser do centro, pode ser da direita, pode ser da esquerda e pode ser de qualquer coisa".
Ele lembrou que durante a ditadura houve "uma ausência de liberdades" e "uma involução" que inúmeros espanhóis sofreram e que os jovens deveriam conhecer. Em sua opinião, aqueles que "pedem desculpas" pelo franquismo deveriam saber "o que estão fazendo".
HOUVE MANIFESTAÇÕES "MAIS SAUDÁVEIS" DO QUE A DE FALANGE.
A porta-voz do governo, Pilar Alegría, também se referiu à manifestação da Falange, argumentando que nesse fim de semana houve outras manifestações em diferentes cidades, como as de apoio ao procurador-geral do Estado demitido, Álvaro García Ortiz, que foram "muito mais respeitosas e saudáveis".
"Neste fim de semana, vimos muitos cidadãos se manifestando livremente em diferentes cidades, aqui em Madri, mas também em muitas outras, e, logicamente, respeitamos essas manifestações. A propósito, elas foram muito mais respeitosas, muito mais saudáveis, do que a que vimos em Madri na sexta-feira em frente à sede da Ferraz", disse ele.
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