A ausência da CONAIE, organizadora das mobilizações, na reunião é digna de nota.
MADRID, 16 out. (EUROPA PRESS) -
O governo equatoriano anunciou um acordo com líderes indígenas que implica o fim de uma greve na província de Imbabura pela eliminação do subsídio ao diesel, que em seus mais de 20 dias resultou em confrontos entre manifestantes e agentes e dezenas de pessoas feridas e detidas.
"Hoje a greve foi suspensa, hoje as estradas estão abertas, hoje vamos trabalhar imediatamente para abastecer a província com todas as suas necessidades", garantiu o ministro do Interior do Equador, John Reimberg, ao final de uma reunião de mais de quatro horas com representantes dos 58 conselhos indígenas de Otavalo, um cantão desse território localizado no norte do país.
Entre as organizações que participaram da reunião com o ministro estavam a Federação dos Povos Kichwa das Terras Altas do Norte do Equador (FICI) e a União das Organizações Camponesas Indígenas de Cotacachi (UNORCAC), mas não a Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE).
A principal organização indígena do país denunciou em sua conta na rede social X uma "campanha de desinformação maliciosa que busca confundir o país e enfraquecer a luta do movimento indígena", alertando sobre uma imagem publicada na mídia local em que seu presidente, Marlon Vargas, aparece com Reimberg.
"Está circulando uma imagem falsa gerada com inteligência artificial. O presidente da CONAIE não se reuniu com o governo ou com qualquer representante oficial. Todas as informações verdadeiras são comunicadas apenas por meio de nossos canais oficiais", acrescentou.
De acordo com o jornal 'Primicias', as duas partes concordaram em designar o pároco de San Francisco de Otavalo, Cristian Andrade, como garantidor do cumprimento do acordo.
Os pontos do acordo também incluem o estabelecimento de mesas redondas técnicas territoriais para lidar com os problemas das comunidades, tais como os relacionados ao abastecimento de água ou infraestrutura rodoviária, saúde e educação; a transferência para Ibarra de 12 pessoas presas pelo ataque a um quartel da polícia em Otavalo durante a primeira semana da greve; e a abertura das estradas.
Os líderes indígenas também têm como objetivo propor alternativas para a eliminação do subsídio ao diesel. "Pelo menos congele o preço do combustível", disse um deles em uma coletiva de imprensa divulgada pelo jornal 'El Comercio', na qual pediu às autoridades que responsabilizassem os responsáveis "pelo assassinato de nossos companheiros".
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