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O ministro das Relações Exteriores afirma ter recebido "avisos" internacionais sobre os preparativos do exército israelense.
MADRID, 12 dez. (EUROPA PRESS) -
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Yusef Ragi, disse na sexta-feira que Israel está preparando uma nova operação militar em grande escala contra o país, em meio ao aumento dos bombardeios nas últimas semanas, apesar do cessar-fogo em vigor há mais de um ano, após treze meses de combates com a milícia xiita Hezbollah, após os ataques de 7 de outubro de 2023.
Ragi disse em uma entrevista à emissora de televisão do Catar, Al Jazeera, que Beirute recebeu "avisos" de países ocidentais e árabes sobre os preparativos do exército israelense para lançar operações extensas no sul do país, antes de observar que as autoridades israelenses separaram "de fato" os caminhos políticos e militares.
Ele disse que o governo libanês está intensificando seus contatos com parceiros internacionais para evitar um conflito aberto e garantir que as "instalações públicas" sejam mantidas fora dos ataques israelenses, ao mesmo tempo em que enfatizou que as conversas com Israel não significam que uma ofensiva não seja uma possibilidade.
O chefe da diplomacia libanesa enfatizou que Beirute busca restabelecer o Acordo de Armistício de 1949 e acrescentou que o principal objetivo é fazer com que Israel interrompa seus ataques, faça com que suas tropas se retirem das áreas que ocupam atualmente e liberte os libaneses detidos pelas forças israelenses.
Ele criticou a recusa do Hezbollah em entregar armas, argumentando que eles "não conseguiram proteger o Líbano, Gaza ou Jerusalém", antes de criticar a "interferência" do Irã nos assuntos internos do país, incluindo o "financiamento de uma organização ilegal", em aparente referência à milícia.
Ragi recusou um convite do Irã para uma viagem oficial a Teerã e propôs a realização de conversações em um "terceiro país neutro", citando como argumento a "ausência de condições adequadas" para tal viagem, em uma crítica velada ao apoio do país da Ásia Central ao Hezbollah.
Por fim, o ministro também argumentou que Beirute continua trabalhando para evitar a deterioração da situação e disse que o exército anunciará antes do final do ano o fim do trabalho de controle de armas ao sul do rio Litani, conforme previsto no acordo de cessar-fogo com Israel, que nesta sexta-feira lançou novos bombardeios sobre o Líbano.
Israel lançou dezenas de bombardeios contra o Líbano apesar do cessar-fogo de novembro de 2024, argumentando que está agindo contra as atividades do Hezbollah e afirma que não está violando o pacto, embora tanto Beirute quanto o grupo tenham criticado essas ações, que também foram condenadas pelas Nações Unidas.
O cessar-fogo estipulou que tanto Israel quanto o Hezbollah deveriam retirar suas tropas do sul do Líbano. No entanto, o exército israelense manteve cinco postos no território do país vizinho, o que também foi criticado pelas autoridades libanesas e pelo grupo xiita, que exigem o fim desse posicionamento.
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