Publicado 31/08/2025 06:19

O governo está finalizando as etapas finais para pedir aos tribunais que proíbam a Fundação Francisco Franco.

Archivo - Arquivo - Detalhe da placa de entrada na sede da Fundação Francisco Franco, localizada na Avenida Concha Espina, em Madri. A polícia está investigando um possível roubo e o furto de um cofre.
Eduardo Parra - Europa Press - Archivo

MADRID 31 ago. (EUROPA PRESS) -

O ministro da Cultura, Ernest Urtasun, anunciou que seu departamento está "finalizando" o processo de petição aos tribunais para proibir a Fundação Nacional Francisco Franco (FNFF), em aplicação da Lei da Memória Democrática.

"Estamos esperando há vários meses que a Memória Democrática nos envie o relatório. Agora já o temos e estamos finalizando-o para apresentá-lo ao juiz o mais rápido possível", explicou Urtasun em uma entrevista à Europa Press.

O ministro não especificou uma data ou se isso poderia ser feito por volta de 20 de novembro, o 50º aniversário da morte do ditador, mas garantiu que o governo está trabalhando "intensamente" para dar esse passo o mais rápido possível.

"Não é aceitável que em 2025 ainda tenhamos fundações que fazem apologia ao franquismo. Portanto, essa é uma prioridade que está muito clara para mim", diz Urtasun, que não descarta a possibilidade de solicitar a aplicação de medidas cautelares para suspender as atividades da fundação até que haja uma resolução judicial. "Estamos apenas estudando o assunto", ressalta.

Nesse contexto, ele ressaltou que para ele, como ministro da Cultura, é "fundamental" trabalhar os direitos, as liberdades e "defender a memória democrática". E, acima de tudo", acrescenta, "para que os cidadãos tenham clareza sobre o que o franquismo e a censura significaram também para a cultura".

O PROCESSO COMEÇOU HÁ MAIS DE UM ANO

O processo para proibir essa fundação começou em junho de 2024, quando a Cultura abriu um período de procedimentos preliminares para obter informações e elementos de julgamento destinados a motivar o início do procedimento. O departamento de Urtasun o fez, pois é responsável pelo Protetorado de Fundações, órgão responsável por solicitar judicialmente a extinção da fundação.

Para a montagem do processo, foram solicitados relatórios sobre a Fundação Franco à Secretaria de Estado da Memória Democrática, ao Registro de Fundações de Competência Estadual e à Procuradoria Geral do Estado.

O Ministro da Memória Democrática, Ángel Víctor Torres, explicou no Congresso em março que seu departamento havia elaborado um relatório inicial, mas que ele teve que ser complementado posteriormente, levando em conta as "circunstâncias e brechas legais" que a fundação, que mudou seus estatutos no ano passado, poderia usar. Além disso, o Congresso, a pedido do PSOE, alterou a Lei de Associações na primavera passada para proibir aquelas que fazem apologia ao regime de Franco.

DESPREZO PELAS VÍTIMAS

No documento enviado à Cultura antes do verão, o departamento liderado por Torres conclui que as causas previstas na suposição legal de extinção de fundações estabelecidas na quinta disposição adicional da Lei da Memória Democrática estão presentes, ou seja, que essa fundação "não persegue objetivos de interesse geral" e suas atividades são contrárias a eles.

Além disso, afirma que não somente "faz apologia do franquismo", "exalta o golpe de Estado e a ditadura ou glorifica seus líderes", mas também incorre em "desprezo e humilhação da dignidade das vítimas do golpe de Estado, da guerra ou do franquismo, ou incitação direta ou indireta ao ódio ou à violência contra elas por sua condição de tais".

Por todas essas razões, argumenta que é apropriado buscar a extinção judicial da FNFF, e que é possível solicitar, quando apropriado, a suspensão provisória de suas atividades até que uma decisão seja proferida e as medidas cautelares consideradas necessárias para a eficácia da suspensão das atividades.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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