MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -
O ministro da Justiça da Bolívia, César Siles, informou que o governo está avaliando a possibilidade de recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em relação aos bloqueios realizados por partidários do ex-presidente Evo Morales, que são acusados de agravar a crise econômica na tentativa de fazer com que Luis Arce renuncie.
"O que estamos fazendo é pedir que as análises correspondentes sejam realizadas, tanto pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos quanto pela ONU (...), para que eles possam fazer uma visita para verificar não apenas esses bloqueios criminosos, anúncios de cercos este ano, mas também o que aconteceu no ano passado", disse Siles durante uma coletiva de imprensa.
Nesse sentido, ele indicou que essa iniciativa não se limita apenas ao que está acontecendo agora, mas também busca abordar o que aconteceu em 2024, quando as autoridades denunciaram uma tentativa de golpe contra Arce por um grupo de oficiais militares liderados pelo general Juan José Zúñiga.
Nesse mesmo ano, os partidários de Morales denunciaram que o ex-presidente estava sendo alvo de perseguição judicial à medida que crescia o cerco em torno dele por uma suposta ligação com uma menor de idade. Além disso, o Tribunal Constitucional determinou que nenhum candidato pode concorrer a um terceiro mandato, o que colocaria o notório líder fora da disputa.
A ideia do governo também inclui a possibilidade de solicitar ajuda do grupo interdisciplinar de especialistas independentes (GIEI), como aconteceu durante a crise de 2019, quando Morales foi acusado de fraude eleitoral após o primeiro turno das eleições e acabou renunciando e deixando o país.
"Estamos analisando a possibilidade de até mesmo solicitar a formação de um GIEI para a questão dos bloqueios do ano passado e deste ano, que, sem dúvida, afetaram e estão afetando a livre circulação, a saúde e a educação", disse o ministro, que lamentou que haja "muitas pessoas afetadas, e até mesmo feridas e mortas".
Ele também descreveu os bloqueios como ações "criminosas" que vão além do direito de protestar e se tornam "crimes com impacto humanitário". "Entre os casos mais graves estão o bloqueio de ambulâncias, a queima de veículos de emergência e ataques a médicos e enfermeiros.
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