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A medida recebeu aprovação preliminar em meados do mês e eleva para 69 o número de assentamentos aprovados nos últimos três anos.
MADRID, 21 dez. (EUROPA PRESS) -
O Conselho de Ministros de Israel deu sua aprovação final para a declaração de 19 assentamentos no norte da Cisjordânia, incluindo Ganim e Kadim, que foram evacuados em 2005, culminando um processo do qual organizações humanitárias como a Peace Now tomaram conhecimento em meados deste mês.
"Continuamos a fazer história nos assentamentos e no Estado de Israel. Depois de vinte anos, estamos reparando uma dolorosa injustiça ao devolver Ganim e Kadim ao mapa dos assentamentos", anunciou o ministro das finanças ultranacionalista de Israel, Bezalel Smotrich, sobre a iniciativa que ele liderou com o ministro das relações exteriores, Israel Katz.
Os colonos de Ganim e Kadim, a oeste da cidade palestina de Jenin, foram expulsos de suas casas e a sinagoga foi desmontada pelo exército israelense como parte da retirada de Israel da Faixa de Gaza em 2005.
Vale lembrar que, em maio passado, o exército israelense autorizou o retorno a esses assentamentos como retaliação depois que a Espanha, a Noruega e a Irlanda anunciaram seu reconhecimento do Estado da Palestina.
Smotrich aproveitou a oportunidade para ressaltar que, nos últimos três anos, as autoridades israelenses estabeleceram 69 assentamentos na Cisjordânia ocupada, um "recorde sem precedentes".
"O povo de Israel está retornando à sua terra, reconstruindo-a e fortalecendo seu controle sobre ela. Esse é o sionismo simples, correto e moral", comemorou Smotrich em sua conta na mídia social X.
Essa política, denunciada como ilegal em inúmeras ocasiões pelas Nações Unidas, representa mais um passo para "bloquear o estabelecimento de um Estado terrorista palestino". "Continuaremos a desenvolver, construir e nos estabelecer na terra de nossos ancestrais, com fé na retidão do caminho", concluiu Smotrich.
Após as primeiras informações sobre isso, em meados do mês, o chefe da Comissão Palestina de Resistência ao Muro e aos Assentamentos, Muayad Shaban, disse em um comunicado que essa decisão é "uma escalada perigosa que revela as verdadeiras intenções do governo de ocupação de consolidar o sistema de anexação, apartheid e judaização completa" da Palestina.
A medida, que faz parte de uma "política sistemática" para consolidar o "controle israelense permanente sobre as terras palestinas", representa "um desafio flagrante à lei internacional e às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, especialmente a Resolução 2334", que se refere aos assentamentos como ilegais.
"O atual governo de ocupação está trabalhando de acordo com uma visão estratégica que visa acabar com a possibilidade de estabelecer um Estado palestino geograficamente contíguo, expandindo os assentamentos e ligando-os a redes de estradas coloniais e de segurança que servem apenas aos colonos", disse a agência do governo palestino.
Por sua vez, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) disse em um comunicado que a iniciativa "reflete a natureza extremista" do governo liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, "que trata a terra palestina como espólio colonial e busca desesperadamente consolidar" o sistema de assentamentos para "obter o controle total da Cisjordânia".
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