MADRID 3 jul. (EUROPA PRESS) -
A ex-candidata presidencial e opositora peruana Keiko Fujimori desprezou nesta quinta-feira os 35 anos de prisão que o Ministério Público pede para ela por um crime de lavagem de dinheiro, alegando que o órgão público é movido por motivações políticas e questionou a objetividade de quem liderou a causa, o promotor da equipe especial da Lava Jato, José Domingo Pérez.
"Vamos nos opor porque consideramos que eles estão agindo fora da lei", disse Giulliana Loza, advogada do líder da Fuerza Popular (FP), em uma entrevista ao Canal N, na qual ela criticou o fato de ter tomado conhecimento desse novo pedido do promotor por meio da imprensa, em vez de pelos canais oficiais.
"Não temos conhecimento dos argumentos que seriam a base de sua decisão", disse a advogada, que acusa a Promotoria de "mais uma vez violar o procedimento" e, com isso, os direitos do várias vezes candidato presidencial do Peru, cujas campanhas são questionadas devido ao seu financiamento.
Loza garantiu que Fujimori está sendo acusado de um crime - lavagem de dinheiro - que na época em que supostamente ocorreu não estava incluído na legislação e que eles não recorrerão até que sejam notificados oficialmente.
A advogada também aproveitou a oportunidade para atacar o promotor Pérez, a quem censurou por ter perdido a "objetividade" durante o julgamento e sugeriu que há motivações políticas contra seu cliente, a apenas um ano das eleições.
"É impressionante que o Ministério Público, como sempre, tenha uma interferência, um papel de liderança, nas campanhas eleitorais de nosso país", bem como "uma velocidade que não tem em outros casos", protestou Loza.
O caso "Coquetéis", que leva o nome dos eventos que a Fuerza Popular organizou para arrecadar fundos para as campanhas presidenciais de Fujimori, remonta a 2016 e trata do financiamento irregular de suas campanhas fracassadas.
De acordo com a hipótese do promotor, durante as campanhas eleitorais de 2011 e 2016, a Fuerza Popular realizou uma série de eventos de arrecadação de fundos, chamados de "coquetéis", para financiar as campanhas. Eram jantares luxuosos que custavam cerca de 500 euros e que serviam de fachada para "lavar" o dinheiro que chegava irregularmente de outras empresas.
Entre as contribuições investigadas está uma de um milhão de dólares da construtora brasileira Odebrecht. Há também uma contribuição da Credicorp, o maior grupo financeiro do Peru.
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