BRUXELAS 20 nov. (EUROPA PRESS) -
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot, disse na quinta-feira que a França está pronta para enviar 100 soldados para treinar policiais palestinos, no âmbito da adaptação das missões civis em Rafah e na Cisjordânia para o treinamento de cerca de 3.000 soldados palestinos que farão parte de um futuro contingente na Faixa de Gaza.
Ao chegar à reunião com seus colegas europeus em Bruxelas, ele confirmou que a França mobilizará 100 soldados para treinar as forças policiais palestinas, de acordo com os planos da UE de contribuir para a futura segurança do enclave.
"Apoiamos o objetivo da União Europeia de treinar até 3.000 policiais e forças de segurança e estamos prontos para enviar cem policiais franceses ao território palestino para contribuir com esse objetivo europeu", disse o ministro francês.
Barrot enquadrou essa medida no compromisso europeu com o plano de paz de Donald Trump para Gaza, garantindo que é uma contribuição concreta para os esforços de segurança na área, depois de insistir que a UE apoia os esforços humanitários, a reconstrução e o estabelecimento de governança para reformar a Autoridade Palestina, "a fim de fortalecê-la para que possa assumir o controle quando chegar a hora".
O plano de estender o mandato da missão civil europeia na Cisjordânia para treinar as tropas palestinas faz parte das discussões em Bruxelas entre os ministros das Relações Exteriores europeus, às quais a Alta Representante para Política Externa, Kaja Kallas, chegou ao apontar que serão necessários "recursos adicionais" dos estados-membros e o envio de pessoal para alimentar essas operações.
"O plano é treinar 3.000 policiais palestinos para cobrir a fronteira e realmente realizar as funções de policiamento de um país", disse a Alta Representante, que argumenta que essa é uma contribuição da UE para o plano de paz de Trump e para avançar a solução de dois Estados. "Podemos ajudá-los a criar confiança e podemos ajudá-los com treinamento policial", disse ela.
Enquanto isso, o Ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, destacou que qualquer iniciativa no Oriente Médio deve envolver um apoio redobrado à Autoridade Palestina, argumentando que a UE "não pode seguir o exemplo" das propostas feitas por outros atores.
"Essa paz incipiente deve servir para estabelecer o Estado palestino, não para fragmentar ainda mais Gaza e alienar a Autoridade Palestina", enfatizou.
O uso das missões existentes para fornecer treinamento para a polícia palestina exigirá a expansão de seu mandato. Além disso, detalhes importantes ainda precisam ser definidos, como o tamanho da missão ou se o treinamento será realizado em países vizinhos, como o Egito ou a Jordânia.
Por trás dessa proposta está o objetivo da UE de desempenhar um papel no futuro de Gaza, já que uma eventual força internacional, como a prevista no plano de paz de Trump, terá uma presença limitada no tempo e acabará sendo substituída por um contingente palestino.
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