MADRID 23 nov. (EUROPA PRESS) -
Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, culpou o "desespero" pela tentativa de manipular a tornozeleira de rastreamento que foi encontrada neste sábado antes de sua prisão preventiva por risco de fuga.
Flávio Bolsonaro participou de uma vigília de oração em Brasília na noite de sábado em apoio ao pai, a quem garantiu que em nenhum momento teve a intenção de fugir ou retirar a tornozeleira. "Não faz o menor sentido" que ele queira fugir, ressaltou, segundo o jornal 'Correio Braziliense'.
"Estou inclinado a imaginar que ele fez isso em um ato de desespero. Talvez porque tenha ficado constrangido com a visita de seus familiares", em referência à visita dos familiares de Bolsonaro que viajaram de São Paulo.
Além disso, o filho do ex-presidente ressaltou que a ordem de prisão preventiva foi expedida antes do recebimento do alerta de adulteração da tornozeleira, às 0h08 de sábado. "Isso não foi determinante para a decisão de decretar a prisão. A prisão já havia sido decidida", disse ele.
"A polícia chegou rapidamente, abriu a porta, viu que ele estava em casa, verificou a tornozeleira e voltou a dormir. Essa é a fuga absurda e milagrosa. Ele ia sair voando", ironizou Flávio Bolsonaro.
"Não consigo imaginar como meu pai poderia ter caminhado mais de um quilômetro até aqui - onde foi realizada a vigília - com uma multidão de pessoas", argumentou. "O povo está conosco", enfatizou.
Flávio Bolsonaro também criticou a ligação entre a prisão e a vigília. "Estão criminalizando a oração. Convocamos as pessoas a virem orar voluntariamente pela sua saúde, agora isso é motivo de prisão", protestou.
Outro filho de Bolsonaro, Carlos, disse que, se quisesse tirá-la, teria cortado em vez de usar um ferro de solda.
Para Eduardo Bolsonaro, a perseguição à oração e o argumento de manter a ordem pública equipara o Brasil a regimes autoritários. "Dizem que vamos nos tornar uma Venezuela. Estamos nos transformando em uma Coreia do Norte", disse.
Uma audiência de custódia para legalizar a detenção de Bolsonaro, preso no sábado por risco de fuga, está marcada para domingo às 12h (16h na Espanha continental), de acordo com a ordem emitida pelo juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por organizar um complô para se perpetuar no poder, cometer os crimes de golpe de Estado, abolição do Estado de Direito, constituição de organização criminosa armada, dano agravado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio histórico. Ele está em prisão domiciliar desde 4 de agosto.
Sua sentença também inclui a desqualificação por até oito anos após o término de sua pena, que, se não for reduzida, deverá expirar em 2060, quando o líder da extrema direita teria, hipoteticamente, 105 anos de idade.
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