MADRID, 15 nov. (EUROPA PRESS) -
O presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, pediu aos jovens neste sábado que sejam ambiciosos, acreditem na Europa, não esperem por tempos melhores e "não se resignem", entre outros conselhos, e os advertiu sobre as formações políticas para as quais a democracia "está começando a ser discutida e discutível".
"Estou convencido de que este tempo passará e que voltaremos a nos esforçar, a distinguir entre passar e fracassar, a saber que não se pode viver do Estado, que os jovens não devem ser controlados, mas sim autorizados a avançar", acrescentou.
Durante seu discurso no Fórum para o Futuro da União Europeia, o presidente "popular" disse que o Velho Continente "não pode se dar ao luxo de ter uma juventude resignada". Nesse sentido, ele indicou que a resignação é "uma grande ameaça política e social" e a descreveu como uma "fraude social" quando se oferece aos jovens uma "falsa carona".
Feijóo incentivou os presentes a "não sucumbirem ao conformismo". "Tenho o compromisso de não condenar uma geração", prometeu, ao mesmo tempo em que rejeitou a existência de "uma juventude dócil, rendida e entretida com a agenda estabelecida pelo governo do dia", sustentando que "há governos que se sentem confortáveis com jovens que são dependentes deles".
O líder do Partido Popular destacou que, na Espanha, há jovens que têm salários, "mas não têm oportunidades"; e outros que "se contentam com uma vida subsidiada, mas não têm vida própria". Ele continuou afirmando que a Espanha é "inconformista e ambiciosa" e argumentou que o país "está em uma situação de declínio há mais de cinco anos e não está oferecendo sua melhor versão".
SOBRE INSEGURANÇA NO TRABALHO E MORADIA
Por outro lado, o líder da oposição também falou sobre o problema do desemprego entre os jovens, dos empregos "que não são sustentáveis" e do acesso à moradia. "A maioria dos jovens vive em acomodações alugadas em apartamentos compartilhados. Há vinte anos, duas em cada três pessoas com menos de 35 anos eram proprietárias de imóveis, e agora é uma em cada três", destacou.
Nessa linha, ele advertiu que a Espanha tem uma crise habitacional "formidável", com cerca de 700.000 casas na lista de espera e um déficit de 200.000 por ano, de acordo com seus números. "Precisamos de muito mais casas", disse Feijóo, que optou por priorizar sua construção.
Se tivermos que adiar alguns quilômetros de AVE ou autoestradas para construir moradias, vamos fazê-lo", disse o presidente "popular". Em seguida, ele lembrou sua proposta de redução de impostos para pessoas com menos de 35 anos comprarem sua primeira casa e que "30% do custo de uma casa não deve ser tributado".
OS MIGRANTES "DEVEM SE ADAPTAR" AO MODO DE VIDA EUROPEU
Durante seu discurso, Núñez Feijóo defendeu a importância de manter os valores europeus e alertou sobre a existência de forças internas que estão tentando desmembrar a União Europeia (UE), outras que querem voltar ao protecionismo nacional e "inimigos externos" que querem que a UE "volte a ter 27 estados".
O líder do Partido Popular insistiu que os jovens europeus "já estão começando a não perceber" as possibilidades da União e pediu que a Europa "seja sentida nas ruas, nas universidades e em suas empresas". Ele apelou para as raízes da Europa e defendeu o fato de que aqueles que chegam ao continente "terão que se adaptar" às suas leis, direitos e modo de vida.
ELE CRITICOU A "OBSESSÃO COM A REGULAMENTAÇÃO" DA UE.
Em sua resposta às perguntas que lhe foram feitas no fórum, Feijóo disse que a Europa é "uma história de sucesso" em que agora está começando a ter concorrentes muito fortes, apontando para os Estados Unidos, a China e outros países menores e médios".
Sobre esse ponto, ele criticou o fato de a União ter se tornado "obcecada" com a regulamentação, enquanto a China se especializou em manufatura e os Estados Unidos em inovação. "Somos campeões da regulamentação e isso significa que perdemos a prioridade de inovar e fabricar", disse ele.
O presidente do PP também analisou fatores como a sustentabilidade energética, a invasão russa na Ucrânia, a pandemia e o endividamento europeu, além da situação e do relacionamento com a América Latina, e destacou que "a lista de problemas é enorme".
Ele também pediu uma legislatura europeia "digna de ser lembrada" e insistiu em avançar nas maiorias e deixar a unanimidade para trás a fim de alcançar acordos na UE, bem como na necessidade de "desregulamentar", produzir mais a preços mais competitivos e avançar na união bancária e energética.
Por fim, entre outras questões, Feijóo argumentou que a Europa precisa "reduzir sua dependência externa", especialmente em setores-chave, e reiterou que as tensões atuais exigem "buscar soluções" em um mundo com "concorrentes que trabalham mais, ganham menos e vivem pior".
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