O sequestro de carbono em solos agrícolas criará novos modelos de negócios para os agricultores, diz PP
MADRID, 31 ago. (EUROPA PRESS) -
O PP, liderado por Alberto Núñez Feijóo, planeja promover a agricultura de carbono para que os agricultores possam obter renda e lucratividade ao combater as mudanças climáticas. Por esse motivo, ele acredita que "chegou a hora" de promover medidas e práticas que valorizem sua contribuição para a descarbonização e a luta contra o aquecimento global.
"A agricultura desempenha um papel decisivo na conservação do meio ambiente, e a promoção de pesquisas e tecnologias são ferramentas básicas para manter essa contribuição e proteger a biodiversidade", diz o PP em um documento interno ao qual a Europa Press teve acesso.
Com a crise causada pelos incêndios - que devastaram 400.000 hectares -, a mudança climática passou a ocupar o primeiro plano do debate político, especialmente depois que o chefe do Executivo, Pedro Sánchez, anunciou um Pacto de Estado contra a emergência climática. Os "populares" descreveram essa proposta como uma "cortina de fumaça" e acusaram o governo de "propaganda".
ENFRENTAMENTO DA MUDANÇA CLIMÁTICA A PARTIR DE UM DIAGNÓSTICO CIENTÍFICO
O PP acredita que a mudança climática deve ser enfrentada "com a importância que requer, mas a partir de um diagnóstico exclusivamente científico, não ideológico". Em sua opinião, as políticas climáticas "não podem ser construídas às custas do bem-estar", mas sim às custas das oportunidades das pessoas, e a transição ecológica "deve ser ordenada, realista e justa".
"Não se trata de escolher entre crescimento econômico e proteção ambiental, mas de integrar ambos para construir um modelo de crescimento compatível com a prosperidade compartilhada", argumenta o Partido Popular no documento de política que aprovou em seu congresso realizado em Madri no início de julho.
E é nessa linha que a proposta de Feijóo de promover a agricultura de carbono está incluída no Plano Integral de ajuda, recuperação e prevenção para o ambiente rural e florestal, que ele apresentou publicamente em 25 de agosto.
O objetivo é promover "práticas culturais de baixo impacto e o sequestro de carbono nas fazendas, de modo que o papel da atividade agrícola na descarbonização da economia seja aprimorado e os agricultores possam obter renda por sua contribuição à luta contra as mudanças climáticas".
No referido documento, a que a Europa Press teve acesso, o PP sublinha que "os agricultores e criadores de gado, além de sofrerem perdas históricas durante esta vaga de incêndios, contribuíram com todos os meios ao seu alcance para proteger os seus campos e os seus animais".
VALORIZAR SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A DESCARBONIZAÇÃO
"Acreditamos que chegou o momento de promover todas as medidas e práticas que valorizem o seu contributo para a descarbonização e para o combate às alterações climáticas", disse, alertando para a importância dos terrenos agrícolas, em especial das culturas lenhosas, uma vez que "posiciona o setor agrícola como um importante sumidouro de carbono e um elemento fundamental para alcançar a neutralidade climática até 2050".
De acordo com o PP, o sequestro de gases de efeito estufa (GEE) pela silvicultura, terras agrícolas e pastagens é usado para compensar as emissões brutas de todos os setores da economia, em vez de ser usado para compensar especificamente os setores que produzem o benefício.
Portanto, ele acredita que "é urgente reconhecer esses benefícios adicionais que a agricultura traz para o meio ambiente em geral e para a luta contra a erosão em particular, e promover seu desenvolvimento". Para isso, o PP propõe "valorizar e remunerar sua contribuição, trabalhando em conjunto com a cadeia de suprimentos, projetando um sistema que lhes permita se beneficiar e obter rentabilidade do mercado de carbono".
Propõe também incentivar "práticas agronômicas que contribuam para a sustentabilidade ambiental, de modo a aumentar a absorção de CO2 e, paralelamente, os benefícios que os agricultores recebem". Propõe também promover "sinergias entre os dois setores, agricultura e silvicultura, em termos de créditos de carbono e créditos da natureza".
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS PARA AGRICULTORES
O PP acredita que "a captura de carbono em solos agrícolas criará novos modelos de negócios para os agricultores, de modo que eles possam obter financiamento adicional para garantir a lucratividade de sua própria atividade produtiva".
Para impulsionar o sequestro de carbono pelo solo, devem ser promovidas práticas de conservação do solo, como lavoura mínima, coberturas vegetais ou inertes e não lavoura, especialmente no âmbito da PAC, e a lavoura intensiva e a queima de resíduos devem ser desencorajadas, assim como os processos de controle de erosão, de acordo com o PP no documento interno mencionado acima.
Os 'populares' salientam que a melhoria dos atuais sistemas de avaliação da absorção e sequestro de carbono pela agricultura "será alcançada quando o regulamento europeu de certificação das remoções de carbono (Regulamento UE 2024/3012) estiver concluído, com a publicação de metodologias de certificação específicas para as atividades agrícolas".
Para o desenvolvimento dos mercados de carbono, é "essencial facilitar o acesso dos agricultores aos benefícios econômicos e ambientais que podem ser obtidos com eles, bem como sua disseminação".
Por fim, o PP lembra que a participação do Governo no Roteiro de Crédito Natural recentemente promovido pela Comissão Europeia abrirá "novas oportunidades para os agricultores receberem renda adicional por sua contribuição para a meta de neutralidade climática".
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