Publicado 09/05/2025 08:40

A Europa sinaliza seu apoio à Ucrânia com uma visita simbólica e o endosso político do tribunal especial

Ministros das Relações Exteriores da Europa, incluindo José Manuel Albares, da Espanha, visitam a Ucrânia
MINISTERIO DE EXTERIORES DE UCRANIA

"Se uma guerra ficar impune, haverá mais", adverte Zelenski

MADRID, 9 maio (EUROPA PRESS) -

Representantes de mais de trinta países europeus, incluindo ministros das Relações Exteriores da União Europeia, como o espanhol José Manuel Albares e a Alta Representante Kaja Kallas, chegaram à Ucrânia na sexta-feira, em uma visita simbólica que também servirá como um endosso político para a criação de um novo tribunal especial sobre o conflito.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que discursou para a delegação internacional, usou seu discurso para pedir responsabilidade, já que "se uma guerra terminar sem punição, haverá outras".

Por esse motivo, ele acredita que é essencial julgar os russos "assim como os nazistas" e saudou as medidas para criar o chamado Tribunal Especial para o Crime de Agressão contra a Ucrânia, "para que qualquer agressor em potencial pense duas vezes".

O presidente saudou os esforços políticos para estabelecer esse tribunal - ele admitiu que "há muito trabalho a ser feito, tanto política quanto legalmente" - mas acreditava que era "dever moral da Europa" concluir o trabalho e estabelecer um órgão específico em Haia.

O tribunal, proposto após dois anos de trabalho por um grupo ligado ao Conselho da Europa, tem sido uma das principais exigências de Zelenski desde o início do conflito, mas ainda não se sabe como as principais questões se concretizarão e até que ponto isso pode afetar o presidente russo Vladimir Putin, pelo menos enquanto ele permanecer como presidente.

O secretário-geral do Conselho da Europa, Alain Berset, confirmou em uma declaração na sexta-feira que o "endosso político" do tribunal havia sido obtido. No entanto, ele ressaltou que a vontade não é suficiente e que "a justiça também precisa de recursos" e, portanto, pediu que a solvência financeira dos futuros instrumentos fosse garantida.

APELO POR VALORES COMUNS

"Hoje, comemoramos o Dia da Europa com a Ucrânia e seu povo", disse a Alta Representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, que fez um apelo nas redes sociais pela união em prol de uma "paz duradoura". "Porque em uma família, tanto as alegrias quanto as tristezas são compartilhadas", disse ela de Lviv.

Zelenski saudou pessoalmente essa visita de um grupo de países que, como Kiev, "acreditam no direito internacional". "Isso mostra que somos todos Europa", enfatizou o presidente, que também vê uma vontade comum de "aumentar a pressão sobre a Europa" e continuar apoiando as capacidades militares da Ucrânia.

"O desejo de acabar com a guerra tem que crescer dentro da Rússia e isso começa com um sentimento, o sentimento de que eles estão perdendo", acrescentou ele, "orgulhoso" de "uma Europa que não mata", em oposição à invasão ordenada por seu homólogo russo, Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.

O governo ucraniano também não escondeu seu desejo de acelerar as etapas para ingressar na União Europeia, como enfatizou o ministro das Relações Exteriores, Andri Sibiga, ao final de uma reunião com Kallas, que também contou com a presença do primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal.

Para Sibiga, essa é "uma reunião histórica em um momento histórico" que demonstra o "papel fundamental" da Ucrânia na defesa dos valores comuns. Os ministros, incluindo José Manuel Albares, da Espanha, visitaram um cemitério para prestar homenagem às vítimas da invasão russa.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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